Tradicional e bem planejada como manda os costumes alemães, a Dräger tem apostado no Brasil há 61 anos nas áreas Médica e de Segurança e, nos últimos quatro, cresceu acima dos dois dígitos mesmo com a redução no crescimento econômico do País e projeções de apenas 1,4% no aumento do PIB para 2015. Com faturamento global de 2 bilhões de euros no ano e atuação em 190 países, a organização enxerga futuro próspero no setor hospitalar brasileiro e, dessa forma, tem planejado novos investimentos e estratégias locais.
Referência em equipamentos de anestesia no mercado nacional, com cerca de 50% do market share, a companhia continua com estratégia de reforçar seu portfólio de Saúde que perpassa áreas como emergência,centro cirúrgico, UTI e neonatal - representando 70% do faturamento da organização no Brasil. Como anestesia é algo que impacta diretamente a vida dos pacientes, o alemão e diretor nacional, Holger Johannsen – no cargo há quatro anos - justifica a musculatura que a Dräger tem com a linha no País, pois “a qualidade fica acima de tudo”, diz ele.
Já com produtos como estativas e focos, a briga por preços no mercado acaba prejudicando a companhia, que tem 100% de seus equipamentos importados da Alemanha, mais precisamente da cidade de Lübeck. A sede no município de Barueri (SP), com 20 mil m², abriga unidade fabril apenas para equipamentos do segmento de Segurança, que engloba petroquímicas, mineradoras, entre outras indústrias.
“O maior desafio do Brasil são os tributos. Estamos analisando a possibilidade de produzir estativas e focos aqui [unidade de Barueri]”, confessa Johannsen, sem precisar nenhuma data. A completa linha de produtos da Dräger acaba concorrendo no Brasil com diversas empresas como Philips, GE, Maquet, Covidien, Mindray, entre outras gigantes.
O executivo, que prefere o inglês ao conversar com os jornalistas, está otimista com as oportunidades do mercado, apontando o movimento de consolidação de hospitais como positivo; a maior conscientização dos clientes quanto à qualidade e importância de produtos, como os ventiladores e equipamentos de monitorização fabricados pela empresa; e a procura por vendas consultivas e treinamentos educacionais.
Atentos a esta demanda, todos os equipamentos são integrados a sistemas de TI que integram os dados dos pacientes em um único lugar, com o objetivo de facilitar as decisões clínicas, podendo também ser conectados a sistemas de outras empresas. Além deste diferencial, segundo ele, está previsto para 2015 um road show – tanto para a área Médica quanto de Segurança – por meio de um caminhão que percorrerá diversas regiões do País promovendo treinamento de profissionais (médicos e enfermeiros). Entre as outras iniciativas planejadas estão: R$ 1,2 milhões para melhorias na sede, contemplando um restaurante para receber colaboradores, 250 na atualidade, e clientes, assim como maior atuação nas redes sociais.
A empresa atende as áreas pública e privada, sendo 30% e 70% de seus negócios respectivamente e detém 24,99% de participação acionária na Fanem – motivo da não comercialização de suas incubadoras no Brasil, já que a empresa brasileira lidera este nicho.
Apesar de estar contente com os resultados de 2014, tendo em vista eventos como a Copa do Mundo e eleições, Johannssen prefere ser conservador quanto às expectativas de crescimento, já que a economia não está promissora. “Espero que nos surpreendamos novamente”.