Doenças cardiovasculares matam 23 mil mulheres por dia no mundo ou oito vezes mais do que câncer de mama
08/03/2023

Até 2030, o Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCM/SBC) estipulou uma meta de redução em 30% a carga de doenças cardiovasculares em mulheres. Segundo levantamento da DCM, as mulheres morrem mais de AVC – Acidente Vascular Cerebral, comumente conhecido por derrame, também são elas que mais apresentam infarto do miocárdio na ausência de obstrução arterial coronária e também relatam mais ter hipertensão arterial.

“As mulheres têm características peculiares, especialmente quando entram na menopausa, e apresentam sintomas atípicos de síndrome coronariana aguda, infarto do miocárdio e também evolução para insuficiência cardíaca. Por isso, a importância de ter um acompanhamento, uma prevenção para evitar desfechos negativos”, explica o Dr. Felipe Teixeira, coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital São Vicente, de Curitiba (PR).

No Brasil, dados da SBC revelam que cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardiovascular (DCV) e, pelo menos, 400 mil morrem por ano. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos 8,5 milhões de mulheres morrem em decorrência da doença, o que representa 23 mil óbitos por dia ou uma taxa oito vezes maior do que morte de mulheres por câncer de mama. “As mulheres têm outros fatores de risco. Por conta das alterações hormonais, que normalmente ocorrem a partir dos 45, 50 anos, aumenta a prevalência de hipertensão arterial, dislipidemia, colesterol elevado…”

Dr. Felipe Teixeira lembra que as doenças cardiovasculares, muitas vezes, são silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas, dessa forma, tanto mulheres quanto homens precisam ficar atentos e fazer consultas regulares a partir dos 35 anos. “As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública, não se pode descuidar do acompanhamento clínico e preventivo, que permitirá uma boa qualidade de vida.”

Ele observa que o tratamento das doenças cardiovasculares vai além do medicamentoso e de procedimentos cirúrgicos. “O tratamento de hipertensão arterial seja na mulher ou no homem não é só medicação, há também uma mudança no estilo de vida importante e um dos focos principais é estimular os exercícios físicos regulares”, afirma.

 




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