A folha de pagamento é o maior custo dentro de um hospital e isso não é nenhuma novidade. E hoje em dia, estamos diante de um cenário onde muitas instituições não estavam preparadas para absorver o aumento dessa demanda. Investir em pessoas capacitadas é parte essencial do sucesso da assistência, mas, do ponto de vista da gestão hospitalar, pode onerar ainda mais as contas que já estão desequilibradas nos últimos anos. Portanto, o melhor a fazer é pensar em alternativas para economizar recursos em outras pontas, como o uso de supply chain na saúde.
A área de compras – responsável por prover insumos hospitalares como medicamentos, OPME e equipamentos de segurança – é o segundo maior custo de um hospital. Trata-se de um ponto-chave para a prática de uma economia real nos custos hospitalares, especialmente porque os grandes players do setor estão comprando hospitais e aumentando assim o poder de barganha na hora de negociar com fornecedores. Aqueles que não investirem em soluções tecnológicas para competir podem até precisar fechar as portas em breve.
Aqui estão as tendências em supply chain na saúde para uma boa gestão hospitalar em 2023:
Associações como a Abramge (Associação Brasileira dos Planos de Saúde) e o Sindicato das Empresas de Saúde do Mato Grosso já iniciaram essa prática, na qual todos os associados e representados, em conjunto, usam uma mesma plataforma de gestão de compras e seu módulo de cotação conjunta para aumentar o poder de barganha em conseguir melhores preços na hora de comprar. Tudo de forma coletiva e colaborativa e com uma redução real de preço
Existem medicamentos que são comprados todos os meses pelo hospital, sem que haja uma importante variação de preço. Nesses casos, em vez de a área de compras cotar mensalmente, é possível estabelecer um contrato direto com o fornecedor e/ou distribuidor. Hoje, os sistemas de gestão possuem módulos de contrato que permitem rever contratos de serviços.
Já existem soluções que fazem o planejamento da compra de forma inteligente, bem diferente dos sistemas de gestão hospitalar tradicionais, que olham a média móvel dos últimos três meses de entrada e saída de insumos para determinar o que é preciso comprar. Nessa nova ótica, são usadas estatísticas de inteligência artificial que observam três anos atrás para observar sazonalidades e conseguir projetar o ano inteiro de compras inteligentes. Por novo planejamento, dá até para programar compras quando os profissionais do departamento estão de férias e evitar as compras por urgência, que costumam ser mais caras.