Atualmente, os dados desse tipo de cirurgia, assim como as especificamente voltadas para a reabilitação de quadril, ainda são responsáveis por um gargalo no SUS. No Brasil, de acordo com os dados disponíveis no Datasus, entre 2008 e 2015 foram feitas 189.457 cirurgias no quadril e joelho de artroplastias parciais, totais primárias, revisões, implantes não convencionais e luxação coxofemoral pós-artroplastia, com gastos superiores a R$ 700 bilhões. Um panorama que pode ser totalmente redesenhado em termos de quantidade, qualidade e eficiência de procedimentos, economia de tempo e capital, a partir de investimentos em tecnologias como as plataformas robóticas, que já estão em plena expansão nas redes privadas, com resultados promissores nas artroplastias de joelho.
A colaboratividade dos robôs ortopédicos traz uma precisão inigualável nos procedimentos, ao atuar em parceria com os médicos especialistas neste tipo de cirurgia. Em conjunto com tecnologias de computador e de software, estes sistemas inovadores reúnem uma série de dados do paciente, coletados por meio de exames e avaliações pré-cirúrgicos e integrados à anatomia em tempo real, mapeada durante o procedimento, o que permite uma projeção em 3D da articulação. Munidas de braços robóticos, tais soluções são capazes de apontar, de forma submilimétrica, o ponto exato a ser feita a incisão, permitindo o encaixe perfeito da prótese ortopédica e ampliando o potencial de preservação dos tecidos que envolvem o joelho.
Trata-se de um diferencial de personalização que tem permitido a realização de cirurgias ortopédicas cada vez mais práticas, otimizadas e de alto índice de sucesso aos médicos, do planejamento à execução. Aos pacientes, permitem uma recuperação mais rápida, com menos dor, menos sessões de reabilitação, menor administração de medicamentos pós-operatórios e redução do tempo de internação, quando comparado às técnicas cirúrgicas tradicionais; ganhos em qualidade de vida e custos reduzidos a todo o sistema de saúde.
A vida segue seu curso e não há dúvidas que os avanços da tecnologia atrelados ao bem-estar e qualidade de vida estarão, muito em breve, acessíveis a todos os pacientes do Brasil. É só uma questão de tempo.
*Leonardo Moraes é gerente geral da Zimmer Biomet no Brasil