Nos últimos anos, o Hospital 9 de Julho (H9J) tem investido fortemente em centros de especialidadesmédicas como estratégia assistencial, assim como muitos hospitais considerados referência no Brasil também optam por esse modelo. A mais recente inauguração foi o Centro de Cardiologia, com equipe multiprofissional e a criação de protocolo parainsuficiência cardíaca, que já conseguiu reduzir o tempo médio de internação de 16 para 9 dias.
Dois pontos essenciais para este resultado, segundo o cardiologista e coordenador do Centro, Marcelo Paiva, estão na integração entre colegas de outras áreas e a estrutura do hospital. “Temos como premissa a avaliação clínica global. A integração multiprofissional é um fator importante neste perfil de paciente com doenças crônicas, como no caso da insuficiência cardíaca”, explica ao informar que o centro integrado já existia e foi apenas oficializado este mês de dezembro.
Além de uma equipe especializada, incluindo cardiologistas intervencionistas e cirurgiões cardíacos, o hospital possui equipamentos como Hemodinâmica de última geração, Tomografia que permite a realização de exames como Angiotomografia, Cintilografia, Ressonância Magnética e a Tomografia por Emissão de Pósitrion (PET), que pode ser utilizada para identificar a viabilidade do miocárdio (músculo do coração).
A Insuficiência Cardíaca (IC) é considerada a fase mais avançada de algumas doenças cardiovasculares. Entre as causas mais comuns de IC está a doença coronariana, quando há um estreitamento das artérias que irrigam o coração, mas também o diabetes, hipertensão etc podem levar ao problema.
O protocolo
Em geral, pacientes com IC realizam tratamento de longo prazo para controle da doença de base e de sintomas. Para evitar que a doença avance e exija tratamentos cada vez mais complexos e invasivos, o Centro desenvolveu um protocolo em duas etapas principais:
Internação: quando um paciente com IC é internado, ele recebe um manual de orientação sobre a doença, importância da dieta e de atividades físicas, medicações etc. Um profissional da equipe assistencial lê o material com o paciente e explica todos os itens;
Depois da alta, uma enfermeira especializada em cardiologia liga semanalmente para o paciente estimulando a continuidade do tratamento e buscando identificar sintomas de descompensação da doença.
Com as medidas de educação e autocuidado e o acompanhamento regular dos casos, o hospital conseguiu reduzir de 25,3% para 14,9% a taxa de reinternação de 2013 para 2014.