O mercado da saúde está em constante evolução, e a ampliação do leque das healthtechs tem criado um ambiente propício e animador para o cuidado com o paciente. Segundo a Rock Health, empresa especializada à saúde digital, o mercado global de startups movimentou US$ 29.1 bilhões em 729 acordos no ano de 2021, praticamente dobrando os números de 2020. A ideia é que os números de 2022, ainda não divulgados, sigam essa tendência, principalmente em um “pós-pandemia”.
Dentro do cenário brasileiro, temos um bom crescimento e horizontalização dos segmentos para a saúde, tanto B2B quanto B2C. Desde o ano de 2016, foram fundadas mais de 60% das healthtechs, e de 2017 para cá, foram investidos US$ 992,6 milhões no ecossistema, segundo o Distrito Healthcare Report.
A maior quantidade de empresas está focada em Gestão e Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), sendo o segmento mais expressivo com 28,44%. Além disso, a Telemedicina se faz presente, com 11,96% das empresas, demonstrando um reflexo da pandemia.
São números animadores, e que sem dúvida mostram que a conexão entre startups e saúde é o melhor caminho para uma transformação digital realmente efetiva. Esses dados também chamam a atenção para outro ponto: a da conexão, do apoio e da integração entre os diferentes setores ligados à healthtechs, afinal, é preciso levar as boas e assertivas tecnologia para hospitais, clínicas, operadoras de saúde e também para o paciente.
Seja fazendo a ponto entre os que “estão chegando” e gestores das instituições, a finalidade é única: um desenvolvimento de qualidade na assistência médica e sem deixar lacunas.
É nesse sentido que empresas que conectam instituições e startups precisam desempenhar um papel de protagonismo neste momento, com aportes ou simplesmente pelas ligações e fluxos já consolidados com a expertise de anos no mercado.
Recentemente, junto com a FHE Venture e a Bossanova, a Healthcare Alliance participou de um Investor Day que ajudou a mapear e encaminhar a revolução de produtos e serviços da gestão das instituições de saúde.
São para momentos como estes que devemos estar preparados e abertos ao diálogo, inclusive observando o mercado nacional e internacional.
Não importa o segmento, mas quando uma solução é convidativa e inovadora, o potencial demonstrado é bem absorvido e recepcionado, beneficiando a todos do fluxo.
Por isso acredito, assim como outros colegas do setor também acreditam, que o caminho para uma jornada digital do paciente, integrada e moderna, passa por todos estarem em uma mesma página, desde o fornecedor até o investidor.
O aporte e o diálogo entre healthtechs é benéfico, inclusive quando projetamos um cenário de open health em que o paciente é o foco do cuidado, independente da etapa ou da solução utilizada para o atendimento.
Sem sombra de dúvidas, a união entre startups e saúde é o caminho para a efetiva transformação digital do setor no Brasil, e não existem pontes ou atalhos que não trilhem este caminho e passem fora deste movimento.
*Bruno Trindade é Diretor Executivo da Healthcare Alliance.