Metodologia reduz perdas e reforça aumento de receita
19/11/2014 - por Por Roseli Loturco | Para o Valor, de São Paulo

Criada em 1973 tendo como acionista majoritária a Eletrobras, a Eletronorte é a única empresa pública federal a conquistar duas vezes o prêmio máximo da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). A unidade premiada foi a Superintendência de Geração Hidráulica (OGH), com sede em Tucuruí, no Pará, e é a principal geradora de energia para as regiões Norte e Nordeste do país. Em 2013, a OGH respondeu por aproximadamente 95% de toda a geração de energia elétrica da empresa e por 87,3% da receita da Eletronorte.

Desde 1998, ano de adoção formal da metodologia TPM (que busca eliminar perdas e desperdícios) e do MEG (Modelo de Excelência em Gestão da FNQ), o sistema de gestão da OGH vem obtendo resultados significativos, tais como: aumento da Receita Operacional Bruta (ROB) em 19% e da Receita Operacional Líquida (ROL) em 31% nos últimos três anos, o que a torna líder do setor elétrico brasileiro nesses dois indicadores.

"Um dos dados mais relevantes é que a unidade saiu de um prejuízo de R$ 28 milhões em 1998 para um lucro de cerca de R$ 1 bilhão em 2013", afirma o superintendente, Antonio Augusto Bechara Pardauil, principal executivo da OGH.

Com um quadro de 411 pessoas, a unidade atua como gestora de todo o parque gerador hidráulico da Eletronorte no Sistema Interligado Nacional (SIN) e tem o desafio de integrar a gestão de três plantas localizadas a até 1.500 km uma da outra, em dois Estados diferentes. Para tanto, implantou a estratégia das equipes sistêmicas que podem operar e manter qualquer uma de suas instalações. Com autonomia para gerir processos e aperfeiçoá-los, de maneira a alcançar metas, assimilar a tecnologia de cada ferramenta de gestão e multiplicá-la em toda cadeia estrutural.

Estas equipes são criadas para gerenciamento autônomo de projetos, programas e ações, e a prática permite a integração de diversas especialidades, estimulando o alto desempenho, o aprendizado e a inovação. "Temos um corpo técnico extremamente qualificado e determinado a buscar sempre o melhor para atender a missão de atuar nos mercados de energia de forma integrada, rentável e sustentável", afirma Tito Cardoso Neto, presidente da Eletronorte.

Um dos dados mais relevantes é que a unidade saiu de prejuízo de R$ 28 milhões em 1998 para lucro de R$ 1 bi em 2013

Para o executivo, a conquista pela segunda vez do PNQ simboliza todo esforço de gestão que a elétrica tem feito. "Mais que um prêmio, o PNQ é para nós a confirmação de que temos buscado continuamente, e com firmeza de propósito, a excelência em gestão que nos levará à sustentabilidade empresarial, objetivo maior do nosso plano estratégico", considera. Parte deste resultado, Cardoso atribui ao papel da liderança e comprometimento das pessoas. E aponta os fundamentos essenciais desenvolvidos na implementação do MEG: aprendizado organizacional, liderança transformadora e a valorização das pessoas e da cultura.

Outro resultado aferido com a adoção do modelo foi a redução dos custos gerenciais com pessoal, materiais e serviços em 2% e da margem gerenciável em 25% nos últimos três anos, o que a coloca no topo do ranking do setor nesses quesitos.

É importante salientar que o que leva uma empresa a ser premiada no PNQ é a adoção de forma equilibrada dos fundamentos de excelência em todo o seu sistema de gestão. Isso significa que a empresa conseguiu atender aos interesses e necessidades de suas partes interessadas, como clientes, sociedade, acionistas, colaboradores e governo. Além disso, suas práticas e processos de gestão têm que passar por melhorias e inovações ao longo do tempo e gerar resultados satisfatórios para todos estes públicos. "No caso da Eletronorte, um dos destaques está no Sistema Integrado TPM +MEG + LEAN KAIZEN, que se constitui numa estratégia para melhoria contínua e inovação nos processos, fomentando principalmente pensamento sistêmico, geração de valor, inovação e aprendizado organizacional", avalia Gustavo Utescher, gerente de projetos da FNQ.

Com a implantação do sistema de gestão e principalmente da metodologia TPM, os Índice de Disponibilidade de Geração de Energia Elétrica (IDs) das plantas de Tucuruí, Samuel e Curuá-Una tornaram-se referenciais de mercado, considerando o porte de cada planta, e atendendo também aos critérios definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "A empresa é ainda certificada no sistema de gestão de geração interligada no Award for World Class TPM Achievement, conferido pelo Japanese Institute for Plant Maintenance (JIPM), o que demonstra um sistema de gestão exemplar", complementa Utescher.

Outros dois índices acompanhados pela FNQ e que foram superados pela Eletronorte dizem respeito ao clima organizacional e ao nível de satisfação dos clientes, onde a empresa se mantém líder entre os pares de mercado nacionais. "Esses resultados foram conseguidos por meio do aperfeiçoamento das práticas voltadas à promoção, capacitação, qualidade de vida, saúde, inovação e segurança das pessoas, e, do lado dos clientes pelo aprimoramento dos processos", diz Cardoso Neto. O presidente destaca o constante aprimoramento e disseminação da cultura organizacional. "Temos avaliadores do prêmio em nosso quadro de empregados e investimos continuamente na formação de pessoas para interpretação e aplicação dos fundamentos".

 


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