O aumento das despesas assistenciais, medido pela Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH), apurada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), foi de 23% nos 12 meses encerrados em março de 2022, comparado com os 12 meses anteriores. O estudo leva em conta o comportamento de uma carteira de 672,9 mil beneficiários de planos individuais e se revelou superior à inflação de preços medida pelo IPCA/IBGE, que foi de 11,8% no mesmo período.
O índice atual é 2 pontos percentuais menor em relação ao ritmo de despesas registrado no levantamento anterior (25%, em dezembro de 2021), e de 4,7 pontos quando comparado ao estudo referente a setembro de 2021 (27,7%), quando atingiu patamar histórico.
“Precisamos notar que esses índices são altos por causa das pronunciadas quedas nas despesas no primeiro ano da pandemia. Agora estamos na fase de desaceleração nos aumentos das despesas per capita. No entanto, é importante observamos que as despesas continuaram crescendo, apenas em ritmo menor. Com isso, o índice da VCMH ainda continua na casa dos dois dígitos”, justifica o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
O levantamento do IESS, no entanto, revela que a VCMH foi positiva em todos os grupos de procedimentos, indicando aumento nas despesas per capita no período avaliado. O maior registro ocorreu em Outros Serviços Ambulatoriais – OSA (44,7%), seguido por Consultas (31,6%), Exames (29,7%), Internações (26,6%) e Terapias (16,5%).
Na abertura de dados por grupo de procedimentos, nota-se que em exames a frequência de utilização aumentou 22,1%, enquanto o custo médio, 6,2%, chegando à variação das despesas em 29,7%. Em consultas, o resultado é de aumento da frequência de utilização de 25,9%, que combinado ao crescimento do custo médio de 4,5%, resultou na variação da despesa em 31,6%. Em terapias, a alta de 22,8% da frequência e queda de -5,2% do custo médio teve como resultado elevação de 16,5%.
A VCMH é calculada a partir de metodologia internacional considerando-se o custo médio por exposto em um período de 12 meses em relação às despesas médias dos 12 meses imediatamente anteriores. O índice é uma média ponderada por padrão de plano individual (básico, intermediário, superior e executivo), o que possibilita a mensuração mais exata da variação do custo médico-hospitalar. Com isso, eliminam-se boa parte das variações que decorrem de mudanças na composição dos planos, que nada teriam a ver com variação de despesas.
A metodologia é reconhecida internacionalmente e aplicada na construção de índices de variação de custo per capita em saúde nos Estados Unidos, como o S&P Healthcare Economic Composite e Milliman Medical Index.
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