Momento difícil e incerto do setor.
São Paulo, 11 de novembro de 2014.
12/11/2014 - por Pedro Paulo Andrade – para TM Jobs
Geralmente eu me sinto mais seguro e a vontade quando escrevo sobre assuntos de gestão e dos seus resultados, isso é mais confortante em função da analise de números e com isso projeções em dados estatísticos frios. Os resultados atuais do setor estão divididos em dois grupos, de um lado os resultados operacionais das operadoras, dos hospitais ainda sinalizam dificuldades inclusive com problemas de liquidez em algumas praças, por outro lado existe uma grande movimentação em investimentos e em aquisições no setor, como explicar isso, do ponto de vista macro econômico poderíamos entender que no momento de crise surgem oportunidades favoráveis a investimentos com visão de longo prazo, estes investimentos estão sendo realizados principalmente pelos Fundos de Investimentos e em alguns casos por PPPs.
Na rotina das minhas leituras diárias nos últimos 10 dias algumas matérias que mostram bem o momento, vamos: Laboratório testa prótese “biofabricadas” em humanos – Fleury volta o foco para a alta renda – Robôs são indispensáveis para a retirada de tumores malignos – Gestão Clinica é o caminho para vencer a fragmentação da assistência – Público e privado integrados e Saúde próxima de outros ministérios – Novo Hospital Metropolitano de BH recebe mais R$ 40 milhões PPP – Unimed reduzem investimentos para 2015 – Comissão aprova proposta para estimular a indústria farmacêutica – Reclamações contra planos de saúde cresce 440% - Gestor Público será punido por má gestão, O Fundo de Investimento Pátria compra o grupo Elfa entre outras, estas matérias mostram de forma clara e inquestionável o nosso setor, de um lado fala-se em alta tecnologia e em seguida na punição por gestão temerária, setor privado em parceria com estado investe em Hospital para atendimento publico diante a uma realidade de caos total do sistema hospitalar do SUS, a adesão aos planos de saúde cresce (já são mais 52 milhões de assistidos) e com isso disparam as reclamações, como podemos analisar este momento, o que podemos aprender e com isso planejar para os próximos anos.
A analise aparentemente complexa tem um fundamento simples, o nosso setor de saúde, hospitais, prestadores de serviços de diagnostico, operadoras de planos de saúde, fabricantes de medicamentos, insumos e OPMEs, distribuidores e importadores estão descobrindo necessidades de profissionalização de forma linear, tanto nos processos de gestão, nos processos de operacionais, na qualidade e nos serviços prestados e com isso aprendendo a conviver em um mercado competitivo, organizado e mais centralizado.
Como gestor não podemos deixar de lado os princípios básicos do mundo globalizado, hoje precisamos ter qualidade e preço competitivo como fator agregado para atrair e manter os clientes internos e externos, precisamos também gerar agilidade na difusão do conhecimento das novas ferramentas disponíveis que potencializam os redutores de custo e os promovedores de qualidade, não esquecendo que o relacionamento comercial atualizado com ética também faz grande diferença nas negociações mais ajustadas e duradouras com mercado, precisamos exercitar diariamente a relação de entrega de bons serviços e preços justos.
Eu arrisco dizer que boa parte dos problemas que as empresas do setor estão diretamente ligadas à qualidade das equipes de trabalho, é comum encontrarmos pessoas despreparadas, desmotivadas e sem o menor conhecimento da importância das atitudes individuais no contesto geral do que oferecemos ao mercado, veja os dados das operadoras onde segundo a ANS o crescimento no ultimo ano das reclamações foi de 440%, estes problemas de reclamações contra as operadoras diz respeito muita modelo de atendimento do sistema, este % de reclamação deve ser dividido com os hospitais, como os médicos e com os centros de diagnostico uma vez que são nestas frentes onde acontecem os problemas, evidentemente temos um problema de gestão por parte das operadoras por falta de capacidade de antever os problemas negociando com seus prestadores e com isso evitando as reclamações.
Estamos então diante a alguns dilemas, precisamos melhorar a qualidade dos atendimentos, reduzir custos, treinar nossas equipes internas promovendo mudanças de atitude visando ter pessoas motivadas e com amplo conhecimento do negocio, buscando relacionamentos com as mesmas qualidades e princípios e com isso tirando da crise do momento uma oportunidade de fazer diferente e melhor que os nossos concorrentes diretos e com isso tendo o respeito e interesse do mercado consumidor.
Pedro Paulo Andrade – para TM Jobs
 
 




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