Os desafios com as iniciativas em ESG (Environmental, Social and Governance) têm se mostrado comuns em todos os setores da economia, com efeitos positivos entre empresas e instituições que conseguem estruturar e implementar seus projetos. Na área hospitalar isso não é diferente, com iniciativas que buscam adequar a economia de recursos energéticos e hídricos com a necessidade de manter a qualidade da assistência oferecida aos pacientes.
Trabalhos como o artigo do pesquisador Wilson Antonio Nery Junior, engenheiro responsável técnico de Manutenção e Sustentabilidade no Hospital Estadual Américo Brasiliense (HEAB), em São Paulo, visam entender quais podem ser as novas práticas e processos dentro de uma instituição de saúde, para mitigar os impactos de esgotamento de recursos naturais.
Em seu artigo “Redução do consumo de água em um hospital estadual”, Wilson traz o contexto de como o HEAB conseguiu reduzir em quase 50% o consumo de água entre 2014 e 2021. O estudo aponta não apenas os resultados significativos na redução do consumo, mas também como a instituição passou a ter, como objetivo, o apoio às políticas de governo de redução e racionamento de água, assumindo o compromisso com o meio ambiente pela eficiência hídrica no processo de assistência à saúde.
O autor destaca que o projeto nasceu a partir de uma necessidade causada pela grave crise hídrica de 2014. “Com a crise oficialmente reconhecida no Estado de São Paulo, a instituição deu início a um projeto de monitoramento visando à redução do consumo. A partir de estudos realizados entre 2015 e 2016, foi elaborado um projeto que contemplou a instalação de medidores setorizados e redutores de vazão em chuveiros para banho, torneiras de uso geral e torneiras destinadas à higienização das mãos.”, revela o pesquisador.
Os impactos do trabalho de Wilson mostram a mudança comportamental do hospital que, mesmo contando com um sistema próprio de captação de água em poço artesiano, desenvolveu práticas de consciência ambiental em sua cultura organizacional. “Após a implantação das medidas para redução do consumo, a economicidade identificada é progressiva a cada ano, chegando a uma economia de 25% em 2022 em comparação com as medições iniciais.”, destaca o pesquisador.
Com todas as mudanças que estão acontecendo no mercado baiano da saúde, o pesquisador afirma que existe uma tendência para o setor se torne tecnologicamente mais desenvolvido e competitivo, com o que há de mais novo sendo aplicado na área e recebendo investimentos em tecnologia e inovação. Porém, não se pode ignorar o fato de que a tendência de concentração continuará.