A pandemia tornou os consumidores mais digitais e fez crescer a telemedicina. Se no mercado bancário as fintechs como o Nubank cresceram, no mercado de planos de saúde, as healthtechs como Alice e Qsaúde estão iniciando suas atividades e já agradam os consumidores, revela o novo estudo CVA Planos de Saúde, que entrevistou 3.195 consumidores em todo país.
“O caminho para termos planos de saúde com mais qualidade e menor custo é ajudar os consumidores a cultivar sua saúde e reduzir os desperdícios no sistema. As healthtechs fazem isto. Elas engajam os consumidores desde sua chegada, explicando o conceito de promoção de saúde e prevenção, mapeando o estilo de vida do consumidor, implementando o médico de família que gera orientação e racionalização de gastos. O segredo é a tecnologia e o engajamento desde o início do relacionamento”, comenta Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA Solutions.
De um modo geral, os usuários de planos de saúde conhecem muito pouco sobre esses programas de promoção de saúde, apenas 38% dos usuários, e menos de 15% já participaram. Nas healthtechs estes indicadores são melhores pois os usuários são engajados desde sua chegada ao plano.
“Como em média 10% dos usuários mais doentes dos planos de saúde representam 65% dos custos, os planos de saúde deveriam investir mais na divulgação e incentivo dos programas de prevenção e promoção de saúde, visando a prevenção e monitoramento mais intenso junto aos 10% mais doentes e a promoção de saúde e mudança de hábitos dos outros 90% de usuários que representam 35% dos custos”, observa Sandro Cimatti, lembrando que o Valor Percebido de quem conhece estes programas é muito melhor, eportanto, ajuda a fidelizar os consumidores.
Um dos problemas detectados no estudo é o uso excessivo do Pronto Atendimento, nem sempre em emergências, mas muitas vezes para driblar a demora em conseguir agendar uma consulta médica. Mais de 89% afirmaram ter usado o Pronto Atendimento nos últimos 12 meses. Esse tipo de atendimento gera custos muito maiores aos planos de saúde.
Principais problemas citados: Demora em agendar uma consulta é o principal problema indicado por 20%, seguido por aumento de preço (13%) e médico que saiu do plano (12%). Temos 48% que afirmaram não ter tido nenhum problema com seu plano de saúde.
Dos entrevistados, 40,5% realizaram alguma internação hospitalar nos últimos 12 meses e 65,1% também já usaram serviços do SUS (Sistema único de Saúde). Estes índices de utilização aumentaram em comparação a 2018, pois a pandemia impediu que as pessoas usassem os serviços, e agora temos uma demanda acumulada.
Alternativas de menor custo, como Cartão de Descontos e Clínicas Populares, além de serem uma saída aos que não têm mais planos de saúde, têm sido usadas como complemento por quem tem plano de saúde, por apresentarem maior agilidade e conveniência nas consultas.
No estudo foram citados pelos usuários cerca de 48 planos de saúde. Os mais citados foram: Unimed, Amil, Bradesco Saúde, SulAmérica, Hapvida, Porto Seguro, NotreDame-Intermédica, Golden Cross, Allianz, Cassi, Next Saúde, Prevent Senior, Assim, Memorial Saúde, Alice, Qsaúde entre outros.
Os estudos da CVA Solutions têm por objetivo entender a estrutura de Valor Percebido (custo-benefício percebido) no mercado, a partir do ponto de vista do consumidor. Além de medir a posição competitiva dos principais players e diagnosticar possibilidades de criação de vantagem competitiva sustentável. Os estudos avaliam ainda a Força da Marca, que é a atração menos rejeição perante clientes e não clientes.
O segmento de Planos de Saúde melhorou sua nota em relação a 2018. A nota subiu de 6,93 para 8,01 (em uma escala de 1 a 10), colocando o segmento na 38ª posição dentre os 52 segmentos avaliados. O Valor Percebido para os segmentos pesquisados pela CVA se baseia na nota de custo-benefício percebido e tem como melhor segmento o de Microondas (8,87) e o pior o de Telefonia Fixa (7,00).
O melhor Valor Percebido (custo-benefício percebido pelos clientes) em Planos de Saúde é o da Porto Seguro (nota 1,09), seguido por Alice, Allianz, Bradesco Saúde e Qsaúde.
“A Porto Seguro está muito bem avaliada, e é uma empresa muito boa em processos e engajamento de seus clientes. A Alice é uma jovem Healthtech e já esperávamos este bom desempenho por já ter nascido digital e com engajamento desde o momento inicial de seus clientes”, comenta o sócio-diretor da CVA Solutions.
A maior Força da Marca (a atração menos rejeição perante clientes e não clientes) é da Bradesco Saúde, com 19,6%, seguido por Unimed, SulAmérica, Amil e Porto Seguro.
“As Healthtechs vão demorar para conquistar volume e Força da Marca”, comenta Sandro Cimatti.