O número de operadoras de saúde digitais no Brasil praticamente dobrou nos últimos quatro anos no Brasil, segundo levantamento da plataforma de inovação Distrito. Diversos beneficiários estão procurando novas formas de se relacionar com médicos e vêm recorrendo aos prestadores de serviço das healthtechs, que já nasceram 100% digitais e que têm focado seus esforços no cuidado com o beneficiário antes que este se torne paciente.
Do lado das operadoras convencionais, há uma busca para atualizar seus sistemas e prestar o melhor atendimento aos seus clientes e os recursos de gestão são essenciais para auxiliá-las nessa jornada já que possuem uma considerável camada de estruturação interna.
Em meio à pandemia, as healthtechs receberam aportes financeiros e ficaram na mira de investidores que acreditam no modelo de negócio como uma forma de levar a saúde suplementar a mais pessoas. Veja alguns dos motivos que explicam o crescimento desse modelo.
Tecnologia
O que se viu durante a pandemia foi a busca acelerada das operadoras de saúde convencionais por processos tecnológicos para atender os beneficiários durante o isolamento social instalado no país. As healthtechs, por sua vez, que vinham aparecendo antes mesmo desse período, já nasceram com o conceito 100% digital com a tecnologia inserida em seu DNA, mostrando que a forma de se relacionar com os seus beneficiários independe de contatos físicos. Então, para as operadoras digitais, o fortalecimento de canais digitais, a interação eletrônica e todos os demais processos sendo feitos com tecnologia já era algo nativo, fatores que para as operadoras convencionais tiveram que ser colocados em prática de maneira brusca e ágil naquele momento pandêmico.
Diminui distâncias
As operadoras de saúde digitais também chegam com o propósito de disponibilizar serviços à distância para o cuidado com a saúde sob vários aspectos por meio de tecnologias que promovem a assistência online a beneficiários. Por meio desses atendimentos, os profissionais podem aplicar o plano de cuidado aos usuários de diferentes regiões, até as mais escassas em termos de serviços de saúde, promovendo a prevenção de doenças, reduzindo a necessidade da presença física em hospitais ou laboratórios e consequentemente auxiliando no bem-estar dos seus clientes.
Gestão de dados e LGPD
As operadoras digitais surgiram enquanto a Lei Geral de Proteção de Dados já estava em andamento, diferentemente das operadoras convencionais que tiveram que adequar os seus processos para a atender a legislação. Além disso, o plano de cuidado dessas operadoras consiste em transformar os dados em informação assistencial, mas ao mesmo tempo exige uma gestão muito forte no tratamento dessas informações para que não haja vazamento e nenhum tipo de situação que fira a LGPD. Por serem digitais, naturalmente essas operadoras já têm essa vanguarda no atendimento à regulamentação.
Jornada do beneficiário
Sobre este tópico é notório que as operadoras de saúde digitais estão passos à frente das operadoras convencionais – mas, claro que existem algumas exceções. Como elas já seguem o conceito de cuidado da saúde, a maioria delas já têm um núcleo de Atenção Primária à Saúde (APS). Isso por si só já é um atendimento diferenciado: antes de o beneficiário fazer algum tipo de atendimento, a operadora vai entender o que ele precisa ou está sentindo para que, a partir daí, haja o desenvolvimento ou o acompanhamento do plano de cuidado. Há, por exemplo, médicos de família e profissionais de plantão para que quando as pessoas passarem por algum processo de internação eletiva ou de emergência, haja um acompanhamento pós-alta, processo que a maioria das operadoras convencionais ainda não contemplam. Como premissa, as operadoras digitais querem cuidar do beneficiário mesmo antes de este se tornar um paciente, ter cuidado com indivíduo para que, caso precise de atendimento, possa ter o melhor encaminhamento para a equipe médica que vai tratá-lo e ainda olhar para o dia a dia dessas pessoas prezando pelo seu bem-estar.
Clareza e facilidade
A forma com que as startups trabalham a gestão da informação assistencial é outro diferencial pela forma clara e de fácil acesso para os beneficiários. Seja para orientações sobre exames ou procedimentos, ou para problemas administrativos, de cobranças incorretas, alteração de dados e processo para inclusão de beneficiários, os canais digitais entram em cena com eficiência promovendo uma experiência produtiva para quem precisa de orientação. Sendo assim, o ganho com a interação eletrônica vai desde a entrada do beneficiário no plano até o atendimento, quando necessário.