Reconhecida mundialmente por sua excelência no ensino, a Universidade de São Paulo (USP) busca na tecnologia da informação um diferencial e uma forma de possibilitar aos alunos melhores ferramentas para fomentar a criatividade e a inovação. Diante desse cenário, no início de 2013, a universidade ingressou na era da nuvem para acelerar a geração de pesquisas científicas. Para isso, investiu R$ 12 milhões na adoção do FlexPod, da NetApp, tecnologias Cisco e Citrix e formar sua cloud privada.
A entidade conta atualmente com 140 mil pessoas na comunidade USP entre estudantes e professores e precisava prover agilidade nos processos. Com 149 data centers espalhados por toda a universidade em diversos setores, a USP observou que era necessário atualizar e unificar a gestão para atingir esse objetivo. As organizações individuais não poderiam ser dimensionadas com a rapidez exigida para oferecer suporte aos requisitos de capacidade e desempenho dos usuários. A resposta estava na nuvem.
“O projeto nasceu da necessidade de modernização dos sistemas, mas migrou para eficiência de gestão e apoio às pesquisas científicas”, relata Luiz Natal Rossi, diretor do departamento de TI e professor na Escola Politécnica da USP.
A nuvem da USP é responsável por prover grande parte do ambiente necessário para pesquisas de genoma. O curso de Medicina é o maior usuário de cloud, com 10% da operação, outros incluem Engenharia, Física, Economia e Administração.
Atividades de pesquisa remota, como a que está localizada a 5 mil quilômetros da Amazônia, destinada ao estudo de doenças, também foram beneficiadas. Os cursos de extensão em áreas distantes, como a Faculdade de Bauru, têm acesso aos mesmos recursos que as aulas ministradas em São Paulo. Processo e benefícios Antes de mudança, lembra Rossi, o provisionamento de novos recursos de TI era dispendioso e burocrático, podendo levar até um ano para ser concluído. Caso a universidade quisessem por exemplo, abrir um curso de férias, teria de pensar em toda a infraestrutura com, no mínimo, um ano de antecedência. "Era difícil para os pesquisadores esperar o processo de compra para iniciar o trabalho", comenta Cyrano Rizzo, diretor de Data Center Vertical na USP. Além disso, relata, depois que a pesquisa fosse concluída a USP teria de ficar com um equipamento caro que seria inutilizado. Um desperdício e tanto.
Com a nuvem, a USP passou a provisionar recursos em horas e não mais meses, já que não é preciso comprar recursos computacionais físicos, observa Rizzo. A mudança possibilitou benefícios tanto tecnológico quanto de negócio. Tecnologicamente, a entidade conquistou redução de custo de storage em 90%, mesmo com o crescimento de dados, acima de 300% em dois anos, eliminou o consumo de energia em 56% e liberou a equipe de TI para atuar em projetos mais estratégicos. São 8 mil máquinas virtuais, 3,5 mil virtual desktop infrastructures (VDIs) e 1 mil thin clientes. “Economia, qualidade, alta disponibilidade, eficiência e flexibilidade foram as vantagens conquistadas”, enumera Rossi.
Mas segundo ele, para os negócios, os benefícios são intangíveis, já que a modelo contribui ativamente para a criação de pesquisas em diversas áreas, como a Médica. “A infraestrutura em nuvem fomenta a criatividade”, conta.
Agora, as pesquisas podem ser iniciadas mais rapidamente e mesmo em casos de greve, como aconteceu recentemente e deixou a universidade por quatro meses parada, nenhuma atividade é interrompida, explica Rossi. A nuvem da USP acelera as inovações com suporte ao acesso móvel e total segurança.
Rossi afirma que a iniciativa é pioneira no setor educacional e outras instituições buscam a USP como referência para iniciar seus projetos de cloud. Mesmo na universidade a ideia é ampliar o uso da nuvem sempre com as atenções voltadas para o aprimoramento educacional e o fortalecimento da pesquisa, finaliza.
*A jornalista viajou para Las Vegas e convite da NetApp