Os procedimentos assistenciais médico-hospitalares na saúde suplementar cresceram 14,8% no Brasil, entre 2016 e 2021. Durante o período, o número de intervenções passou de 1.288 bilhão para 1.478 bilhão, considerando os grandes grupos de assistência, revela a Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil, desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
A apuração mostra que, durante os cinco anos analisados, houve aumento dos serviços nos grupos relacionados a exames complementares (24,9%) e outros atendimentos ambulatoriais (21,7%), que inclui, por exemplo, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais. Nos demais grupos, as variações foram negativas em consultas médicas (-14%), internações (-1,5%) e terapias (-0,3%).
Por consequência, houve aumento representativo (51,4%) nas despesas dos serviços assistenciais, que entre 2016 e 2021, saltaram de R$ 131,9 bilhões para R$ 199,9 bilhões, em valores nominais. Os gastos foram puxados, principalmente, pelo crescimento no volume de terapias (75,9%), e outros atendimentos ambulatoriais (95%).
Período da pandemia (2020/2021) apresenta variações
Além de traçar um panorama da saúde suplementar entre 2016 e 2021, o estudo também apresenta um recorte com dados e informações do período mais crítico da pandemia da Covid-19 (2020/2021). Observa-se que, dentro deste cenário, houve descontinuidade nos indicadores.
Os procedimentos de assistência médico-hospitalares, por exemplo, tiveram registro de alta (11,2%) entre 2016 e 2019. No entanto, na comparação entre 2019 e 2020 – com cenário de pandemia – houve registro de queda (-17,4%). Já de 2020 para 2021, as intervenções voltaram a crescer (24,8%), com volume levemente superior ao registrado em 2019.
“Os indicadores mostram que esse comportamento se deu por conta da retomada da realização de procedimentos por parte dos beneficiários. É resultado da flexibilização do isolamento social e da retomada de intervenções cirúrgicas eletivas, que foram suspensas nos períodos de lockdown. Com isso, houve aumento das despesas nos serviços assistenciais e alta na Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH/IESS), que terminará por repercutir na mensalidade dos planos de saúde”, afirma o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
Em relação as despesas dos serviços assistenciais, os gastos só cresceram no período dos cinco anos analisados (21,2%). A exceção foi, justamente, no período entre 2019 e 2020, também de pandemia, quando houve queda (-8,1%) nos gastos gerais, que reduziram de R$ 179,4 bilhões para R$ 164,8 bilhões.
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