Muito se fala sobre a inovação na saúde com a integração de novas tecnologias, como Inteligência Artificial, Big Data, Blockchain, metaverso e, agora, o 5G, mas quais são as inovações que devem construir o futuro da saúde no Brasil? As respostas para essa pergunta serão apresentadas no HIS – Healthcare Innovation Show, evento que acontece entre os dias 21 e 22 de setembro, no São Paulo Expo, localizado na capital paulista.
O metaverso é um dos assuntos que serão destacados durante o evento. O conceito ainda é embrionário, mas projeta um amplo arco de utilizações na saúde, com possibilidades de realização de serviços médicos à distância (remotos). O mercado de metaverso é alvo de projeções que apontam investimentos superiores a US$ 1,3 trilhão até 2030, segundo a Citi Global Insights.
O head mentor do eHealth Mentor Institute (EMI), Guilherme Hummel – um dos convidados do HIS para tratar do assunto – aposta que o impacto do metaverso será maior ainda com a chegada do 5G, e mais tarde do 6G. Ele explica que o metaverso traz uma combinação de tecnologias, em especial, envolvendo a convergência entre telepresença, geminação digital e blockchain.
Hummel aponta como exemplos do uso do metaverso na saúde as consultas de telemedicina que podem utilizar realidade virtual metaversa, com paciente e médico utilizando um headset (óculos de RV) para uma melhor comunicação, e as aplicações em teste no campo cirúrgico, principalmente na pré-cirurgia, quando os planos cirúrgicos podem ser realizados com imagens digitalizadas em 3D do próprio corpo do paciente.
“A aplicação mais emergente é no treinamento e habilitação de profissionais de saúde, que poderão ter acesso a imagens, avatares e dispositivos (devices) corporais para o treinamento de vários tipos de procedimentos clínicos. A imagem metaversa de uma cirurgia, por exemplo, poderá fazer com que milhares de residentes de medicina possam “estar” na sala cirúrgica e acompanhar todos os detalhes do procedimento”, comenta Hummel.
Interoperabilidade
Outro assunto que será debatido é a interoperabilidade em sistemas de informação para o setor de saúde. O diretor de Mercado e Tecnologia da Seguros Unimed, Wilson Leal, – um dos palestrantes convidados – acredita que o Brasil avança neste sentido e cita dados da Associação Paulista de Medicina (APM) de abril deste ano, que permitem constatar que 65,19% dos profissionais de saúde usam alguma ferramenta de tecnologia em seu cotidiano de trabalho. Ainda de acordo com o levantamento, o prontuário digital é utilizado por 48,10% das instituições médicas e programas de gerenciamento de clínicas e consultórios estão presentes em 18,40% das organizações.
“Atualmente, uma das principais discussões em digitalização da saúde é o Open Health, que prevê a digitalização de dados de pacientes, visando um atendimento mais assertivo e eficaz, em que informações são compartilhadas com toda a equipe médica que atende o cliente”, afirma Leal. Ele destaca que na Seguros Unimed o armazenamento e uso de dados em larga escala, chamado de data lake, já é uma realidade com a possibilidade de usar essa tecnologia para agrupar dados do paciente por meio da interoperabilidade.
O executivo explica que, entre as principais vantagens da padronização e interoperabilidade em saúde estão a implementação de sistemas de gestão de clínicas, consultórios e hospitais, que permitem maior sustentabilidade do negócio, o estabelecimento de prontuários eletrônicos compartilháveis com segurança para a equipe médica que trata o paciente, a construção de sistemas de realização de exames e envio de laudos com qualidade de imagem e diagnóstico mais rápido e eficaz, além de sistemas de comunicação e arquivamento de dados.
Experiência do paciente
A experiência do paciente na jornada de atendimento, seja presencial ou online, é um dos aspectos que também se beneficia com as inovações tecnológicas que chegam no setor de saúde. A gerente de Projetos do Escritório Planetree Brasil do Hospital Israelita Albert Einstein, Carla Behr Pitoli, outra palestrante convidada, abordará as estratégias em uso para aprimorar e monitorar a experiência do paciente.
Na área de Inovação do hospital Albert Einstein, a iniciativa Eretz.bio, incuba várias startups que colaboram para novos projetos no ecossistema da saúde. “O desafio é pensar diferente, trazendo soluções diversas. Nessa construção o paciente é fundamental para testar as inovações, trazendo sua perspectiva como usuário, e ajudando na co-criação e desenvolvimento de soluções. O Einstein conta com seis conselhos consultivos de pacientes que têm como principal objetivo trazer a visão da perspectiva do cliente para os projetos, discutir e testar inovações”, ressalta Carla.
Em sua 8ª edição, o evento apresentará mais de 50 horas de conteúdo sobre os mais variados aspectos da inovação, tecnologia, empreendedorismo, negócios e finanças aplicadas à saúde, com a participação de mais 200 palestrantes do Brasil e do exterior, entre profissionais de saúde, gestores, executivos e acadêmicos. Acesse a programação completa aqui.