O projeto Anahp AO VIVO – Jornadas Digitais, da Associação Nacional de Hospitais Privados – Anahp, está de volta em setembro com o tema Melhores Práticas e, na última terça-feira (06), reuniu especialistas para debater os Modelos assistenciais e seus impactos nas estratégias das organizações de saúde. As executivas presentes concordaram que é fundamental esta reorganização em direção de uma assistência centrada no indivíduo, eficiente, segura e qualificada. E que um dos grandes desafios é estabelecer padrões em um sistema com diferentes graus de maturidade e engajar todos os interessados nessa mudança.

Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi e de Práticas Assistenciais da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, vê o modelo assistencial como “a oportunidade da organização gerar valor para os pacientes e o sistema”. E, segundo ela, este é o momento de evoluir do formato fragmentado para outro integrado, com cuidado interdisciplinar e estratificação de riscos de acordo com as dinâmicas demográficas de cada população. Laselva diz que essa tem que ser a meta, mas admitiu que “a teoria é muito mais simples do que a prática”.

Elizabete Pereira, diretora assistencial de Hospitais e Oncologia na Dasa, destacou que o esforço do grupo nesse sentido passou, inicialmente, por um benchmark com empresas mais adiantadas na área e busca por referências internacionais. “A partir disso, reformulamos nossa abordagem para um cuidado mais preventivo, de promoção da saúde”, explicou. Pereira revelou também que um dos principais desafios foi equilibrar os diferentes níveis de maturidade em uma empresa que cresceu aceleradamente nos últimos anos com base em aquisições. “É necessário conhecer a realidade dos serviços, destacar o que tem de melhor, mapear processos e preparar para a integração”, descreveu.

Helidéa Lima, diretora de Qualidade Assistencial da Rede D’Or, confirmou a dificuldade de padronizar um modelo nas grandes redes e citou o desafio de engajar as equipes na mudança. E destacou que uma das boas estratégias nesse sentido é investir na educação corporativa. “Desenvolvemos as lideranças para entender os conceitos, os perfis assistenciais e os interesses de todos os stakeholders no negócio”, disse. Isto para que eles tenham uma visão clara das motivações e objetivos da mudança. Além disso, acrescentou, “temos um programa de remuneração variável atrelado ao cumprimento de metas na área”.

As especialistas ressaltaram que o modelo assistencial centrado nos indivíduos alcança também as equipes profissionais e colabora na questão do engajamento. Vania Rohsig, superintendente Assistencial e de Educação no Hospital Moinhos de Vento e coordenadora do GT Organização Assistencial da Anahp, contou que os programas de assistência voltados aos colaboradores, como o atendimento psicológico gratuito, “são muito valorizados e proporcionam resultado muito positivo”.

Laselva, do Einstein, foi na mesma linha e recomendou atenção ao cuidado com os colaboradores. “À medida em que as pessoas se sentem participantes, com informações sobre o que está sendo feito, elas vão contribuir com as mudanças necessárias”, finalizou.

Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais

O primeiro debate da Jornada Digital Melhores Práticas teve a participação de Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi e de Práticas Assistenciais da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; Elizabete Pereira, diretora assistencial de Hospitais e Oncologia na Dasa; e Helidéa Lima, diretora de Qualidade Assistencial da Rede D’Or e coordenadora do GT Melhores Práticas da Anahp. A moderação foi feita por Vania Rohsig, superintendente Assistencial e de Educação no Hospital Moinhos de Vento e coordenadora do GT Organização Assistencial da Anahp.

Os encontros são parte do projeto “Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais”, uma série de eventos online, temáticos e gratuitos, que semanalmente, dentro de um mês, reúne especialistas para debates relevantes para o setor saúde. O próximo encontro será no dia 13 de setembro, às 10h, com o tema Reorganização das instituições de saúde e enfrentamento das sequelas da Covid-19. Clique aqui para o calendário completo.