Procedimentos para o tratamento de cardiopatias congênitas em crianças serão transmitidos a partir de sala híbrida
Nesta sexta-feira (31) o Hospital do Coração (HCor) anuncia que vai transmitir cirurgias ao vivo via streaming em sua sala híbrida cardiológica. A novidade terá início com a exibição de três procedimentos voltados para o tratamento de cardiopatias congênitas em crianças que ocorrerão ao longo da Jornada Internacional de Cardiopatias Congênitas e Estruturais do HCor.
Com o recurso, médicos dentro e fora do hospital poderão visualizar, em tempo real, as técnicas cirúrgicas e de cateterismo desenvolvidas pela entidade. “Com isso, podemos compartilhar informações de maneira ainda mais eficiente e potencializar as nossas atividades de ensino e pesquisa”, afirmou o cardiologista intervencionista do HCor, Carlos Pedra, em comunicado ao mercado.
Sala híbrida
Conceito recente na área médica-hospitalar, as salas híbridas consistem na união entre centro cirúrgico e sala para procedimentos de intervenção não cirúrgica associado a equipamentos de imagem de alta definição. O espaço é desenhado para que os exames sejam usados antes, durante e depois das intervenções, proporcionando mais segurança e precisão em procedimentos complexos.
O novo prédio do HCor tem duas salas híbridas: uma exclusiva para cardiologia e outra para procedimentos neurológicos, ortopédicos e de outras especialidades médicas.
Na sala híbrida cardiológica, o paciente recebe suporte do cirurgião cardíaco e do intervencionista que atuam juntos em casos complexos. O aparelho de Raio X, por exemplo, fornece imagens tridimensionais e tem funcionamento análogo a uma tomografia. “Isso dá mais segurança ao médico para analisar o caso. As imagens podem ser sobrepostas e comparadas no sistema computadorizado da sala”, explicou Pedra.
Essa integração de imagens também pode ser usada como guia de navegação em cirurgias.
Chamada de Brain Suite, a outra sala híbrida do HCor foi idealizada por exemplos da Alemanha e Estados Unidos, tendo sido criada no serviço da UCLA (University of California, Los Angeles).
“Operávamos no espaço da ressonância e tínhamos à disposição toda parte de navegação de instrumentos. A disponibilização de duas salas híbridas, uma exclusiva para neurointervenção, será pioneira no Brasil”, contou em comunicado o neurocirurgião Antonio De Salles.
A sala contempla todo o suporte para ressonância magnética e tomografia. Assim, qualquer dificuldade durante a cirurgia pode ser resolvida ali mesmo, sem a necessidade de transportar o paciente para radiologia.
Segundo Salles, a remoção de tumores também se faz de forma mais completa e precisa em salas híbridas. “Quando o procedimento termina, o paciente é analisado com uma nova imagem de ressonância magnética para garantir que a remoção foi completa”, explicou.