~~A Biolab Farmacêutica, um dos maiores laboratórios nacionais, com faturamento que deve chegar a R$ 1 bilhão neste ano, assinou ontem um protocolo de intenções com o governo de Minhas Gerais para investir R$ 200 milhões em uma fábrica no Estado. Hoje, a Biolab opera duas unidades fabris e um centro de desenvolvimento, todos no Estado de São Paulo.
Em entrevista ao Valor, o diretor administrativo-financeiro da farmacêutica, Alexandre Iglesias dos Anjos, disse que o desembolso, que caberá integralmente à Biolab, será executado entre 2015 e 2019. O município que será a sede da nova fábrica, porém, ainda não foi escolhido.
"Devemos tomar essa decisão nos próximos dois ou três meses, com início das obras já em 2015", afirmou. O protocolo de intenções foi firmado com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo de Minas Gerais, por meio do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), e o Estado foi escolhido, segundo o executivo, por atender a necessidades diretamente relacionadas aos custos da indústria, como impostos e logística. Além disso, o acordo prevê incentivos fiscais, com redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Para financiar o investimento, a Biolab pretende recorrer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A parcela financiada deverá ficar entre 70% e 80% do total, e o valor remanescente virá do caixa da farmacêutica.
Conforme o diretor, a unidade deverá produzir todos os itens do portfólio da Biolab, que inclui medicamentos, com forte atuação na área cardiovascular, alimentos funcionais e dermocosméticos. A nova fábrica terá "capacidade de produção suficiente para atender ao crescimento" da demanda nos próximos anos e vai gerar 800 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.
Segundo levantamento do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), as vendas de medicamentos no país, considerando-se o varejo farmacêutico, deverá manter o ritmo de crescimento de dois dígitos verificado nos últimos anos e mostrar expansão de 10%, para mais de R$ 63 bilhões. No acumulado do ano até setembro, as vendas totalizam R$ 48,3 bilhões.
A Biolab participa ainda de uma joint venture com a brasileira Eurofarma, a Orygen, que vai investir R$ 500 milhões em uma fábrica de medicamentos biossimilares na cidade paulista de São Carlos. A Orygen é uma das duas superfarmacêuticas nacionais constituídas com apoio do governo federal e contava, inicialmente, com outros dois sócios, Libbs e Cristália, que saíram da joint venture para desenvolver projetos independentes na área de biossimilares.
A farmacêutica pertence aos irmãos Cleiton e Paulo de Castro Marques, que conseguiram em junho deste ano uma decisão na Justiça - ainda não definitiva - para manter outro irmão, Fernando, afastado dos negócios da Biolab. Os três irmãos possuem participações cruzadas na Biolab e na União Química, porém não chegaram a um acordo sobre a divisão dos negócios após a morte do patriarca.
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