Por Leonardo Jorge
A prática ativa e contínua da telemedicina tem tomado forma e rapidamente se fortalecendo no cenário médico nacional. A prática ganhou força, principalmente após o Ministério da Saúde assinar, em junho deste ano, uma portaria que regulamenta a Telessaúde com o objetivo de garantir mais da população aos serviços do SUS.
Basicamente, por meio da tecnologia, a ideia é aproximar o profissional da saúde dos pacientes que estão em regiões mais remotas e, assim, garantir um atendimento de qualidade.
A prática ativa e contínua da telemedicina tem tomado forma e rapidamente se fortalecendo no cenário médico nacional. A prática ganhou força, principalmente após o Ministério da Saúde assinar, em junho deste ano, uma portaria que regulamenta a Telessaúde com o objetivo de garantir mais da população aos serviços do SUS.
Basicamente, por meio da tecnologia, a ideia é aproximar o profissional da saúde dos pacientes que estão em regiões mais remotas e, assim, garantir um atendimento de qualidade.
Com a incorporação desse “telecuidado” de forma definitiva e bem estruturada, a TeleCardiologia surge com grande protagonismo, já que temos as doenças cardiovasculares com as principais condições crônicas de saúde e, além disso, são as que mais matam – segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17,5 milhões de pessoas por ano falecem em decorrência dessas enfermidades.
Sendo assim, para monitorar mais pacientes com essas condições e diminuir os riscos e agravantes das doenças, empresas focadas em tecnologia para a área da saúde vêm desenvolvendo, cada vez mais, novas ferramentas e dispositivos.
Telecardiologia e suas inovações
A cardiologia sempre esteve na vanguarda da medicina. Os primeiros movimentos de telemedicina, por exemplo, se deram por meio do Tele-Eletrocardiograma (ECG), em 1994, quando foi possível obter os primeiros laudos de ECG de forma remota. Hoje, 28 anos depois, são inúmeras as soluções e tecnologias que aparecem para monitorar os pacientes, mesmo que de forma remota.
Entre os exemplos que podemos citar estão o Holter de 24 horas e um MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial) que permite que um médico especialista forneça laudos independentemente da região em que ele se encontra, basta estar conectado à internet.
O que dizer, então, dos chamados Smart Watches? Um relógio que, além de aferir os batimentos cardíacos, pode fazer uma derivação eletrocardiográfica e, partindo de uma inteligência artificial, identificar a presença de arritmias cardíacas e até corrente de lesão em um infarto agudo do miocárdio.
Muito recentemente o Instituto do Coração da USP anunciou uma parceria com uma grande empresa de tecnologia para o fornecimento de um smart watch para monitorar pacientes submetidos a cirurgias cardíacas na instituição.
Esse relógio não é só capaz de detectar alterações de ritmo cardíaco, mas também aferir a pressão arterial, a saturação de oxigênio e o padrão de sono do usuário. Você pode estar se perguntando como a ferramenta é utilizada para o teleatendimento.
Simples: todos esses dados vão direto para uma central nas nuvens do hospital, e, assim, a equipe de telecardiologia pode ser acionada para rápido contato remoto com o paciente e traçar os próximos passos e condutas necessárias.
Esse é só o começo de um universo que tem muito a crescer e trabalhar à serviço da população em geral. Já existem vários projetos em andamento de dispositivos que ficam em posse do paciente, mas que enviam, de forma remota para o médico, dados mais completos de ECG, pressão arterial, traçados contínuos como um Holter e até dispositivos que simulam um estetoscópio, assim o médico pode auscultar o paciente com a ajuda dele próprio.
Leonardo Jorge Cordeiro de Paula, cardiologista e diretor acadêmico da Escola Brasileira de Medicina (EBRAMED), analisa os avanços na área. O médico é especialista em Gestão de Saúde e Educação, e atualmente é cardiologista clínico pelo Incor – Instituto do Coração.