A indústria farmacêutica brasileira de genéricos cresceu acima dos dois dígitos no terceiro trimestre de 2014, mostra um estudo divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, com base nos dados do IMS Health. A categoria de medicamentos aumentou a venda de unidades em 10,1% entre julho e setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado (ou 229,8 milhões de unidades contra 208,6 milhões).
No acumulado do ano, que engloba os 9 primeiros meses, os fabricantes de genéricos comercializaram 645,9 milhões de unidades de medicamentos, frente aos 581,8 milhões de produtos vendidos em igual período de 2013, o que dá ao setor um crescimento ainda superior ao aferido no terceiro trimestre, 11%. O market share do segmento atingiu a marca de 28%, superando os 27,3% registrados no mesmo período do ano passado.
Em receita, as indústrias que comercializam genéricos no varejo brasileiro atingiram a marca de R$ 1,9 bilhão frente a R$1,6 bilhão registrado entre julho e setembro de 2013, apresentando uma evolução de 18,8%. No comparativo entre a receita acumulada de janeiro a setembro de 2014, frente ao mesmo período de 2013, o crescimento foi de 9,72%, tendo em vista que em 2014 as vendas somaram R$11,9 bilhões contra R$ 10,9 bilhões aferidos no ano passado, crescimento de 9,10%.
Para Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos, a estagnação da economia do País reduz o poder de compra do consumidor, compra menos. No entanto, o setor farmacêutico não é afetado devido à “essencialidade de seus produtos”, e os genéricos ajudam a criar essa blindagem, uma vez que eles custam, por lei, 35% menos que os produtos de referência.
Dados setoriais Excluindo a participação dos genéricos, foram comercializadas 591,6 milhões de unidades de medicamentos no 3º trimestre de 2014, frente a 556,6 milhões no mesmo período do ano passado, o que corresponde a um crescimento de 6%. O crescimento do mercado farmacêutico total também fica bem abaixo do registrado pelo segmento de genéricos: no 3º trimestre de 2014 as empresas registram receita de R$ 13,044 bilhões, no mesmo período do ano passado as vendas somaram R$11,8 bilhões, apresentando crescimento de 10,89%.
Segundo a PróGenéricos, mesmo a categoria também se tornou importante para as maiores empresas farmacêuticas em operação no País. Entre as 10 maiores, apenas a Bayer não fabrica e nem comercializa genéricos. Esses medicamentos representam 24,5% da produção total de nove entre as 10 maiores indústrias farmacêuticas.
A categoria de medicamentos representa, ainda, 21,55% do faturamento destas companhias. As nove maiores empresas farmacêuticas em operação no Brasil faturaram US$ 5,924 bilhões com as vendas de genéricos entre agosto de 2013 e julho de 2014, o que representa um crescimento de 12,30%, em relação aos US$ 5,274 bilhões contabilizados entre agosto de 2012 e julho de 2013.
Juntas, estas empresas representam 90% do faturamento total do segmento, que foi de US$ 6,6 bilhões.