A Dasa anunciou nesta semana as startups que farão parte do primeiro programa de aceleração de healthtechs, o Pulsa. Das mais de 300 healthtechs analisadas pela companhia desde abril, em parceria com a Liga Ventures, cinco foram selecionadas e serão acompanhadas pelos próximos quatro meses. A seleção atende a algumas verticais que a companhia quer fortalecer ao longo dos próximos anos: Inovação assistencial e monitoramento da saúde individual, apoio à conduta médica, experiência phygital e personalização e cuidado.
As startups selecionadas foram: a Vigilantes do Sono, um programa digital de cura da insônia, a Hisnek, assistente de saúde que faz a prevenção de doenças mentais, a Cor.Sync, uma solução de diagnóstico rápido e preciso de infarto na emergência hospitalar, a Hoobox Robotics, que desenvolve tecnologia para atendimento com foco em aumentar o NPS, e a Bloom Care, solução única no mercado a olhar para a jornada completa da saúde da mulher.
O programa, que funciona como uma ‘mentoria 2.0’, abrange tanto o conteúdo desenvolvido pelas duas organizações quanto o acompanhamento do dia a dia das empresas com mentores da própria Dasa. O objetivo, segundo Juliane Devaux, gerente executiva de engajamento com startups da Dasa, não é fazer aportes nessas empresas já de largada, mas co-criar soluções e prepará-las para que possam fazer negócios juntos no futuro. Faz sentido diante da trajetória que a companhia vem construindo.
Além da integração de sua estrutura física de hospitais e laboratórios, a empresa também aposta cada vez mais na integração da experiência de seus públicos: os médicos e os pacientes. A plataforma digital da companhia, o aplicativo NAV, já conta com cerca de 2 milhões de usuários únicos (pacientes) e quase 22 mil médicos. Em 2021, quase 40% do R$ 1 bilhão investido pela Dasa foram destinados para tecnologia da informação e sistemas — 196% a mais do que em 2020. No primeiro tri de 2022, o aporte foi de R$ 53 milhões, valor 70,8% maior do que o do mesmo período do ano passado.
“Temos a experiência de trabalhar com startups desde 2017. Antes estávamos em uma fase de testes, mas agora estamos entrando num nível de testar modelos de negócios. Não quero só testar as soluções que essas empresas oferecem, mas entender como construir em conjunto um modelo de negócios. É um processo complexo, mas que casa muito bem com a nossa estratégia”, diz Devaux.
A companhia não está sozinha na busca por esse público. Mesmo em meio à crise que o setor de startups enfrenta, com cortes constantes especialmente em companhias de tecnologia, o setor de saúde passa longe desse momento. Um estudo da PwC produzido em parceria com a Liga Ventures, mostra que os investimentos nas empresas do setor somam R$ 1,79 bilhão e que processos de fusões e aquisições devem continuar em alta neste ano.
A Dasa tem um programa de imersão interno no universo das healthtechs, chamado Startup Lab. De olho em treinar da média gerência pra cima, o programa teve 50 vagas e mais de 200 inscritos. Além disso, a companhia ainda vai criar, por exemplo, o “Selo Dasa”, pensando no desenvolvimento de uma comunidade de novas empresas, frente em que dará suporte com conteúdo, mentorias e eventos. Também está na lista de novidades um “Fast Pass”, uma espécie de modelos pré-aprovados de contratos para tornar a execução de acordos comerciais mais rápida.
Tudo é estruturado pela diretoria de engajamento com startups, que visa aproximar a liderança da Dasa desse público. Para isso, um evento chamado ‘Encontro com Founders’ faz a seleção de startups que estão dentro do ecossistema em que a companhia atua e, como o próprio nome diz, agenda alguns encontros com líderes para baterem papo. Nessa rotina de conversas, estão incluídas não somente startups já estruturadas, mas também empreendedores que têm interesse em conhecer mais sobre o ecossistema de saúde.
"A palavra que define nosso momento é maturidade. Estamos consolidando a visão de que a Dasa é uma marca inovadora e que quer trabalhar com startups, e que consegue da os primeiros passos para entender como elas trabalham. Esses cinco anos nos ajudaram muito a entender onde queremos chegar e acreditamos que o projeto atual é só o primeiro passo", diz Devaux.