Dificuldades com o sono é uma realidade do brasileiro. Segundo pesquisa da Associação Brasileira do Sono (ABS), 73 milhões de pessoas sofrem de insônia no país. O monitoramento do sono tem aumentado consideravelmente nos últimos tempos. Pesquisa realizada pela SleepUp mostra que 55% das pessoas no Brasil monitoram o sono através de tecnologia atualmente, sendo o smartphone o dispositivo mais utilizado com esse objetivo, com 31%, seguido dos smartwatches/pulseiras inteligentes, com 12%. De acordo com a empresa, integração de dados entre aplicativos e dispositivos vestíveis se tornou um caminho possível e assertivo para os pacientes.
Temáticas como consumerização da saúde e internet das coisas são tendências globais que influenciam na motivação das pessoas para monitorar o sono. A integração de dispositivos é fundamental para que, cada vez mais, a inserção de dados se torne semi-automatizada, com o consentimento do usuário, e para que ele tenha acesso a dados objetivos sobre a qualidade de seu sono. “Tal atualização possui uma relevância clínica expressiva, visto que é comum que o paciente tenha uma percepção distorcida sobre a qualidade e quantidade do sono. Para entendermos as causas e definirmos a melhor jornada terapêutica, essa informação é fundamental”, explica Ksdy Sousa, psicóloga técnica responsável da SleepUp e especialista em sono.
Atualmente, existem inúmeros dispositivos de monitoramento do sono, porém muitos não têm validação em relação à polissonografia, que é considerado o padrão ouro para diagnóstico do sono. Tal fato pode levar a interpretações distorcidas, principalmente os produtos que usam sensores do smartphone.
Em maio deste ano, a SleepUp, primeira plataforma de terapia digital para distúrbios do sono da América Latina, lançou nova versão de aplicativo com integração automática com dados registrados pelos dispositivos da Samsung. A atualização permite que alguns sinais biométricos como passos, batimentos cardíacos, estágios do sono e tempo total de sono, sejam utilizados como parâmetros em seus algoritmos proprietários, todos após o consentimento do usuário. Dessa forma, os dados sobre atividade física, esforço cardiorrespiratório, arquitetura do sono e tempo de sono real serão usados na personalização da terapia, e no preenchimento automatizado do diário do sono, proporcionando mais facilidade e organização das informações necessárias para melhor acompanhamento e tratamento. Os dados serão captados automaticamente, sem a necessidade de pareamento, e o usuário poderá acompanhar os gráficos e orientações personalizadas pelos relatórios em seu acesso no aplicativo.
A união dessas duas tecnologias contribui para gerar dados mais confiáveis que podem colaborar para o acompanhamento da evolução do paciente, indo além somente de relatos dele próprio que podem acabar dificultando o diagnóstico, monitoramento e até mesmo o tratamento, em alguns casos.