O número de hospitalizações de beneficiários de planos de saúde foi de 5,2 milhões no País, em 2019, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicados na plataforma TISS. Do volume total, 21,4 mil estão relacionadas a internações potencialmente evitáveis – número correspondente a quase 60 internações por dia – que poderiam não ter acontecido em caso de medidas efetivas de prevenção, bem como mudanças nos estilos e hábitos de vida. As informações são do Texto de Discussão nº 87, desenvolvido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
O estudo tem como objetivo descrever as características associadas a internações que poderiam ter sido evitadas, a partir de quatro CIDs específicos selecionados: diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e doença cardíaca congestiva. Todos relacionados a doenças crônicas que possuem fatores de risco modificáveis, geralmente associados ao estilo de vida. Os principais fatores de risco modificáveis considerados foram hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo e abuso de álcool por estarem, de acordo com a literatura científica, ligados aos CIDs selecionados.
De acordo com a análise, 83% das internações evitáveis foram de ordem clínica e as demais cirúrgicas com maior prevalência em mulheres (57%) e pessoas com 60 anos ou mais (68%). Os procedimentos, que geraram despesas assistenciais da ordem de R$ 433 milhões, ocorreram com mais frequência em caráter de urgência ou emergência (71%) com o paciente sendo beneficiário de operadora de grande porte (63%) e da modalidade cooperativa médica (48%).
Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, as estratégias preventivas são de extrema importância para evitar que pessoas tenham suas doenças agravadas e precisem ser internadas. “Os programas de promoção da saúde e prevenção a doenças e os estímulos a hábitos de vida saudáveis são fundamentais para a melhora da qualidade de vida dos beneficiários e têm influência direta na taxa de internação. Seguir hábitos saudáveis tem o poder de reduzir as internações e aumentar a qualidade de vida das pessoas”, afirma.
Das 21,4 mil internações evitáveis identificadas, 6,6 mil ocorreram no estado de São Paulo, seguido por Rio de janeiro e Minas Gerais, ambos com registros de 2,8 mil. A maior taxa a cada 100 mil habitantes, no entanto, foi observada em Santa Catarina (126), seguida por Rondônia (111).