As doenças cardiovasculares representam uma das principais causas de mortes no mundo. Entre os principais fatores, está a falta de engajamento nos exercícios de reabilitação prescritos pelos profissionais da saúde, que costumam melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Para aumentar a adesão desse público, um grupo de pesquisadores – oriundos da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e Universidade Federal do Pará (UFPA) – criou o Projeto Maya para desenvolver novas tecnologias de baixo custo, visando aumentar a adesão aos exercícios prescritos e monitorar os pacientes.
“Hoje temos diversos avanços recentes que podem representar uma melhoria no monitoramento e prescrição de atividade física como sensores vestíveis, aplicações de realidade virtual e aumentada e a gamificação, utilização de elementos de jogos, que criam desafios e recompensas para aumentar a motivação dos participantes”, revela Jéferson Nobre, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e pesquisador da UFRGS.
Segundo Nobre, essas tecnologias podem ser integradas para promover “biofeedbacks” sobre as atividades físicas prescritas, podendo ser acessadas por aplicativos e smartphones ou sites. “Por serem produzidos dados sensíveis com essas tecnologias, são necessários mecanismos de segurança da informação que restrinjam o acesso a tais dados. Tais mecanismos devem ser amigáveis e não intrusivos ao usuário.”
Entre essas novas tecnologias para garantir a proteção das informações do usuário estão a biometria cardíaca, blockchain e a Inteligência Artificial. “O uso dessas tecnologias deve ser flexível para utilizarem tanto em ambientes hospitalares como em outros espaços de saúde (como, por exemplo, nas Unidades Básicas de Saúde – (UBSs)”.