Holding de logística de medicamentos e materiais de saúde controlada pelo fundo DNA Capital, a Viveo estima obter sinergias de R$ 111 milhões de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), entre 2022 e 2024. Os ganhos são fruto das 17 aquisições anunciadas pela companhia nos últimos 17 meses.
“São sinergias vindas de redução de custos, despesas gerais e administrativas”, disse Leonardo Byrro, presidente da Viveo. No valor, não estão contabilizados ganhos de receita e benefício fiscal das aquisições. Neste ano, a sinergia esperada pela companhia é de R$ 12 milhões; em 2023, o ganho é de R$ 67 milhões e em 2024, o valor estimado é de R$ 32 milhões.
A companhia, que realiza hoje seu primeiro evento para o mercado financeiro como companhia aberta, ainda está olhando ativos para compra, mas sua prioridade é garantir a rentabilidade. “Ainda temos espaço no balanço, nossa alavancagem está em 1,5 vez o Ebitda, podemos subir mais um pouco. A nossa prioridade é garantir o retorno ao acionista”, disse o presidente da companhia, que abriu seu capital em agosto do ano passado captando R$ 1,8 bilhão.
Dona da Cremer, fabricante de materiais médicos, da distribuidora de medicamentos e produtos de saúde Mafra e mais outras 20 marcas, a Viveo tem, atualmente, quatro divisões de negócios. A maior delas é de distribuição de medicamentos e materiais de saúde para hospitais e clínicas, que representa cerca de 70% de sua receita. O negócio de entrega de vacinas, reagentes e itens relacionados às clínicas e laboratórios equivale a 10% no faturamento da companhia.
Há ainda as vendas para farmácias de produtos médicos, entre eles, da Cremer, que pertence ao grupo, com representatividade de 12%, além do novo braço de prestação de serviços de logística que fará a companhia aumentar sua atuação no B2C - da sigla em inglês negócios ao consumidor. “Essa nova área já está atingindo 10% do faturamento. Vemos muito espaço, por exemplo, com pacientes crônicos. O que conta a nosso favor é que atendemos os hospitais, não vamos atrás dos pacientes um a um”, disse.
Questionado sobre a falta de insumos na indústria farmacêutica, um problema global, Byrro explicou que o porte da companhia tem sido um facilitador. “Esse problema nos afeta, mas em menor escala. A indústria tem preferido nos entregar um maior volume. Entregamos em 80% dos leitos em 24 horas. Ao deixar com uma grande distribuidora, o medicamento chega mais rápido”, explicou.
No primeiro trimestre, a Viveo registrou uma receita de R$ 1,9 bilhão, alta de 28% sobre igual período de 2021. Considerando apenas o crescimento operacional, a alta é de 17,5%. O lucro líquido ajustado saltou 107,6% para R$ 99,2 milhões.