Qsaúde começa a oferecer convênio médico por adesão
08/06/2022
O empresário José Seripieri Filho voltou ao mercado de planos de saúde por adesão, mas dessa vez, Júnior, como é conhecido, está do outro lado do balcão. Sua operadora, a Qsaúde, lançou um convênio médico na modalidade adesão e não há previsão de que o novo produto seja vendido pela Qualicorp - maior administradora desse setor fundada por Júnior, que se desfez de sua participação acionária em 2020. 
 

Ao deixar a Quali, Júnior firmou um acordo para não atuar no mercado de administração de planos de saúde por adesão até 2026. Quando a criou a Qsaúde, em janeiro 2021, o empresário concentrou-se na oferta de plano individual. Como operadora, a empresa pode oferecer qualquer das quatro modalidades previstas pela legislação: individual, corporativo, por adesão e PME, para pequenas e médias empresas. Só que na modalidade adesão a venda não pode ser direta, precisa passar por uma administradora de benefícios. A primeira empresa a comercializar o adesão da Qsaúde é a TecSaúde. 

Além do adesão, a Qsaúde também começou a ofertar recentemente convênios médicos para empresas de menor porte (PME) - um dos segmentos que mais cresce no atual cenário de queda no emprego formal. A empresa também entrou na modalidade corporativa no ano passado. 

A operadora garante que a diversificação não está relacionada ao fato de o plano individual ser mais regulado - seu reajuste é controlado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

No primeiro ano de atividades da Qsaúde, o reajuste do individual foi negativo em 8,13%, mas a operadora havia acabado de abrir suas portas e o impacto foi menor. Nas demais modalidades, há livre negociação e os reajustes historicamente são maiores. Neste ano, o individual terá reajuste de 15,5%. No PME e adesão, esse índice está na faixa de 20%, e no empresarial, as negociações estão variando de 20% a 30%. 

“Entrarmos nos mercados de adesão, PME e corporativo porque há uma demanda por esses produtos, mesmo a gente mostrando as vantagens do individual. É uma questão cultural. Explicamos, apresentamos as tabelas, mostramos que a rede e os serviços são os mesmos e que o preço do individual é muito parecido, mas as pessoas ainda têm dificuldade de entender, até porque há muito pouco plano individual no mercado”, disse Vanessa Gordilho, diretora-geral da Qsaúde, ex-executiva da Mastecard, Getnet e Santander. 

A Qsaúde tem hoje cerca 13 mil usuários, quase todos adquiridos por pessoa física, uma vez que os novos produtos começaram a ser comercializados recentemente. Com a chegada do adesão e PME, a operadora acredita ser possível dobrar o atual volume de cerca de mil contratos fechados, por mês, até dezembro. “Podemos crescer numa escala ainda maior, mas estamos controlando as vendas para não correr o risco de ter uma rede de atendimento que não comporta a demanda. Aí é todo um trabalho perdido”, disse Vanessa. 

A Qsaúde trabalha com uma rede de atendimento menor, mas com hospitais, clínicas e laboratórios reconhecidos. Há entre eles, por exemplo, os hospitais Albert Einstein e Alemão Oswaldo Cruz. A ideia é que vale mais a pena pagar por esses prestadores, cujo custo unitário do atendimento é maior, do que deixar o paciente solto, indo a vários hospitais e médicos, o que acaba gerando maior despesa - e nem sempre o problema é resolvido. Há também foco na prevenção com ajuda de tecnologia. 
 
Com esse modelo, a Qsaúde tem uma taxa de sinistralidade de 47%, inferior a de operadoras verticalizadas. Esse indicador também é explicado pelo fato de que a carteira da operadora é nova - ainda há usuários com carências para procedimentos eletivos. A maior parte dos clientes tem entre 44 e 60 anos. 

Fonte: Valor




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