Na Intermédica, as mensalidades dos planos devem ter aumento de cerca de 19% e na Hapvida, em torno de 16%. As operadoras esperam um reajuste na casa dos 15% para os planos individuais, cujo anúncio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve ocorrer em breve. Essa modalidade representa 30% do faturamento da Hapvida e 12% na Intermédica.
“Tivemos um primeiro trimestre desafiador por causa da ômicron, antecipação das influenzas e custo operacional remanescente do quarto trimestre. Mas estamos muito animados, com a melhora nas vendas em março, possibilidade de sinergias com as adquiridas e integração das companhias, precificação mais adequada”, disse Irlau Machado, co-presidente da Hapvida, durante teleconferência para analistas e investidores na manhã desta terça-feira (17).
A companhia registrou uma queda orgânica de 64 mil usuários de planos de saúde, no primeiro trimestre. No período, houve 431 mil cancelamentos e 157 mil rompimentos de planos de saúde devido a demissões nas empresas que oferecem o benefício. Neste último caso, o motivo foi uma varejista que vendeu suas operações a um consolidador.
“Já tivemos retomada de vendas em março, que foi ótimo. Acreditamos na retomada devido também à redução de turnover nas empresas. Estamos vendo isso, em especial, no varejo”, disse Jorge Pinheiro, co-presidente da Hapvida.
A taxa de sinistralidade ficou em 72,9%. “Temos confiança que tanto Hapvida quanto GNDI vão retomar a sinistralidade para patamares históricos. Essa taxa foi devido à fatores externos, que afetaram todo o setor”, disse Pinheiros. O executivo, da família fundadora da Hapvida, ponderou que as operadoras adquiridas em 2021 têm sinistralidade elevada e que esse indicador está sendo ajustado, o que reduzirá a taxa da companhia.
A companhia vem trabalhando em outras frentes como à redução de rede credenciada nos planos de saúde da Intermédica, cujo índice de verticalização é menor quando comparado à Hapvida, devido a sua presença em São Paulo e perfil de clientes, que demandam mais por produtos com livre escolha. Atualmente, cerca de 50 hospitais próprios do grupo atendem clientes das duas operadoras.
Outra frente é na criação de planos de saúde com cobertura nacional. Foram vendidos os primeiros contratos, que, juntos, somam 50 mil usuários. A companhia tem dois modelos: um deles oferece atendimentos em hospitais regionais e outro em todos os hospitais próprios do grupo.
Ativos no radar
Apesar da alta na taxa Selic, a Hapvida não alterou sua estratégia de aquisições e mantém no radar 20 possíveis ativos para aquisição.
“Estamos olhando e buscando os retornos, como sempre fizemos, mas não deixamos de lado as aquisições”, disse Machado, durante a teleconferência sobre os resultados da empresa.