A rede mineira de medicina diagnóstica Hermes Pardini fechou, quase que simultaneamente, duas transações que ampliam significativamente sua presença em São Paulo. O grupo ganhou um processo competitivo para atender uma carteira com 726 mil usuários de planos de saúde da Amil e fechou a aquisição de dez unidades da DaVita, rede americana de clínicas médicas que saiu do Brasil. O Pardini está abrindo laboratórios nesses pontos para atender esse contingente da Amil.
“A DataVita tinha 16 unidades, compramos dez que estão localizadas nas regiões onde está a maior parte dos usuários da operadora. Foi uma forma de crescer rapidamente em São Paulo e atender a Amil e outras operadoras”, disse Alessandro Ferreira, vice-presidente do Hermes Pardini.
Com essa transação, o Pardini aumenta de cinco para 38 laboratórios em São Paulo, que se tornou a segunda maior praça para o grupo.
O contrato com a Amil vai acrescentar cerca de R$ 100 milhões à receita anual da rede mineira. Um dos pontos de destaque é que da carteira dos 726 mil usuários, o Pardini é o laboratório exclusivo de 506 mil clientes PME da operadora. A rede mineira está substituindo a Dasa.
Impacto no balanço
Esse novo contrato já trouxe impactos positivos no balanço do primeiro trimestre da companhia. A receita do negócio de unidades laboratoriais do Pardini teve crescimento de 42% impactado pela entrada Amil, no fim do ano passado.
O executivo não abriu o valor da transação com a DaVita, mas destacou que não foi uma quantia elevada porque envolveu apenas a compra do ponto, sem aquisição dos imóveis, que continuam sendo usados por meio de contratos de aluguel.
A receita do Pardini somou R$ 542 milhões, no primeiro trimestre, o que representa uma alta de 14% sobre igual período de 2021.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 140 milhões, um crescimento de 32%. A margem do respectivo indicador subiu 4 pontos percentuais para 26%. Excluindo os exames de covid, o Ebitda saltou 75% quando comparado ao primeiro trimestre de 2021, quando houve a segunda onda da covid e uma grande demanda de testes para diagnosticar a doença.
“Esse desempenho mostra nossa capacidade de retomada, ou seja, crescemos mesmo sem os exames de covid”, disse Camilo De Lelis, diretor executivo de finanças e de relações com investidores do Hermes Pardini.
O lucro líquido da companhia teve alta de 28% para R$ 64 milhões, nos três primeiros meses do ano.
Nos próximos balanços, a companhia pode ter melhoria em sua última linha, uma vez que houve, em abril, uma queda significativa em seu endividamento o que consequentemente reduz a despesa financeira. A empresa pagou um passivo de R$ 100 milhões, baixando sua alavancagem para 0,2 vez o Ebitda. Além disso, é esperada uma queda na linha de custos e despesas com o arrefecimento da covid, que demandou maiores gastos com pessoal e materiais médicos. Hoje, essa linha representa 10,9% da receita líquida, queda de 1,3 ponto percentual.