“Prepare os líderes para cuidar melhor das pessoas”
Em palestra durante o SBF 2014, Ruy Shiozawa, da GPTW no Brasil, fez recomendações e buscou impulsionar empresas do setor rumo a uma gestão de pessoas mais relevante
Criar um bom ambiente de trabalho – seja ou não nas empresas do setor de Saúde – pode ser um desafio vencido com medidas simples. Por exemplo: gestores que fazem reuniões individuais e formais com seus subordinados diretos para conversar sobre carreira e desempenho, entre outras coisas, costumam gerar mais satisfação do que aqueles que não o fazem.
Entre as empresas do ranking da Great Place to Work no Brasil, o índice de satisfação sobe junto com o número de reuniões anuais: um (72% de aprovação), dois (80%) ou três (86%) encontros geram mais satisfação que nenhum (60%). Este e outros números foram apresentados pelo presidente da GPTW no Brasil, Ruy Shiozawa, durante o Saúde Business Fórum.
“Uma recomendação: prepare os líderes de suas organizações para cuidar melhor das pessoas”, ponderou o executivo para os gestores do setor. “Para a maior parte dos colaboradores, o gestor direto é a empresa.”
Reuniões informais entre chefes e empregados não valem: a formalização do feedback é necessária para que ele seja reconhecido como tal. Há de se ter ainda certa disciplina para que estes encontros se tornem não pontuais, mas frequentes.
“Melhores líderes criam melhores ambientes de trabalho, gerando melhores resultados”, ressaltou Shiozawa. “É uma fórmula muito simples, muito poderosa e que muitas vezes custa nada, zero. Queremos estimular as organizações a pensarem nesse contexto, nessa possibilidade de transformar isto em uma alavanca de melhoria do negócio.”
Durante a apresentação, o presidente da GPTW no Brasil apresentou o estudo GPTW Saúde, publicado no primeiro semestre deste ano em parceria com a IT Mídia. A intensão, disse, é chamar a atenção do setor para a gestão de pessoas. “Apesar de todo executivo do planeta reconhecer que é importante, o foco dado não está no mesmo nível dos demais pilares”, ou seja, clientes, finanças, processos e sistemas.
“Talvez a gestão de pessoas seja menos quantificável, e ainda ocupa menos tempo na agenda. Não estou falando de dinheiro, estou falando do tempo dedicado”, avaliou Ruy, segundo o qual algumas empresas têm conseguido dar mais atenção e mensurar essa dimensão da gestão, gerando bons resultados.
Por exemplo: com o baixo desemprego (6,5%) e a rotatividade voluntária crescendo nos últimos 10 anos (atualmente em 28%, a proporção era de 15% em 2003). No grupo das melhores para se trabalhar, esta rotatividade cai para 11%. “O custo da rotatividade é muito alto. Não existe uma linha no orçamento discriminando isso, mas faz diferença”, disse.
Outros fatores positivos: o absenteísmo é de 3,5% na média nacional, mas entre as empresas GTPW é de 1,9%. A atratividade também cresce: nas empresas do ranking GPTW Saúde, a concorrência por vaga chega a 113 candidatos por vaga; resultado muito positivo ao GTPW Brasil (91 por vaga) e nas demais empresas (72 por vaga).