O mercado de planos de saúde encerrou o ano passado com um prejuízo operacional de R$ 919,7 milhões, o que representa uma queda relevante em relação ao desempenho de 2020, quando o setor apurou um resultado positivo de R$ 18,7 bilhões, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Considerando a última linha do balanço, que leva em conta também os ganhos financeiros, as operadoras de planos de saúde tiveram lucro líquido de R$ 2,6 bilhões em 2021, ante R$ 17,5 bilhões no ano anterior
A perda operacional é reflexo do aumento das despesas médicas, que subiram em 2021 devido à segunda onda da covid-19, que ocorreu em março, e à retomada de procedimentos médicos não realizados durante o primeiro ano de pandemia.
A linha de gastos médicos subiu 24,3% em 2021, na comparação anual. Vale ressaltar que a base de comparação é baixa: em 2020, quando foram implementadas medidas mais duras de isolamento social, os gastos médicos das operadoras caíram drasticamente. A receita do setor cresceu 10% em 2021, para R$ 239,4 bilhões.
As operadoras de planos de saúde conhecidas como medicina de grupo, aquelas que podem ter rede própria, foram as que registraram as maiores perdas em 2021. Esse segmento teve prejuízo operacional de R$ 863 milhões, ante ganho operacional de quase R$ 6,5 bilhões em 2020.
A NotreDame Intermédica encerrou o ano passado com prejuízo de R$ 171,5 milhões, sendo que no exercício anterior a última linha do balanço havia apontado para um lucro de R$ 735,7 milhões. A Hapvida, operadora que fez uma fusão com a Intermédica, viu seu lucro líquido cair 36,3% para R$ 500 milhões no ano passado. A receita líquida subiu 15%, ficando em R$ 9,9 bilhões.
As seguradoras de saúde apuraram prejuízo de R$ 1 bilhão contra um lucro operacional de R$ 1,7 bilhão em 2020. Nas cooperativas médicas, o lucro caiu de R$ 6,6 bilhões para R$ 760 milhões. As operadoras de planos de saúde de autogestão, cuja administração é feita pelas próprias empresas contratantes, fecharam com ganho operacional de R$ 322 milhões, contra R$ 3,6 bilhões de 2020.
O mercado de convênios médicos terminou 2021 com cerca de 49 milhões de usuários, um aumento de 1,4 milhão de pessoas em relação a um ano antes.
O mercado de planos odontológicos registrou retração de 15% no lucro operacional no ano passado, para R$ 658,5 milhões. O lucro líquido cedeu 6,8%, para R$ 456 milhões. A receita subiu 2,7% para R$ 3,7 bilhões em 2021.