O analista Gustavo Miele, do Goldman, escreve que a operação deve aprofundar a estratégia do ecossistema da Rede D’Or, por exemplo, com navegação completa de pacientes, além de otimizar o tráfego de pacientes, acelerar a expansão geográfica com equilíbrio de oferta e demanda mais equalizado, melhorar a eficiência administrativa e desalavancar a Rede D’Or mais rapidamente, desbloqueando o capital restrito da Sul América.
“Enquanto a administração ainda não quantifica as sinergias potenciais do negócio, o potencial resultado de longo prazo parece distorcido para o lado positivo em nossa opinião”, escreve o analista.
Ele ressalta que a combinação de negócios está agora pendente das aprovações regulatórias, com cronograma para a decisão final ainda não revelado, e que vê problemas potenciais limitados que poderiam impactar negativamente a aprovação final.
Segundo o analista, as operações da Rede D’Or e da SulAmérica são complementares, e sua análise sugere que não há sobreposição operacional das empresas, além da participação de 29% da Rede D’Or, em 22 de março, no administrador de planos de saúde Qualicorp.
Já os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, do BTG, escrevem que a operação deve levar a um aumento na participação da carteira da Rede D'Or das despesas médicas da SulAmérica e melhores condições de custo para SulAmérica, por meio de compras superiores, por exemplo, portanto potencialmente reduzindo sua sinistralidade, que obviamente depende da melhora gradual da pandemia.
Outras sinergias incluem a tributação, com eliminação de impostos desnecessários pagos no faturamento da SulAmérica, ganhos de participação de mercado da SulAmérica sendo apoiados pelos hospitais de alta qualidade da Rede D'Or, estrutura de capital mais eficiente e um enorme banco de dados que reúne informações de ambas as empresas que podem ser utilizadas para fins estratégicos.
“A Rede D'Or continua tão bem posicionada como sempre para consolidar o mercado brasileiro de saúde”, escrevem os analistas.
Recomendações
O Goldman Sachs manteve sua recomendação de compra para as ações da Rede D’Or, com preço-alvo de R$ 69, potencial de alta de 62,5% ante o fechamento anterior.
O BTG Pactual manteve sua recomendação de compra para as ações da Rede D'Or, com preço-alvo de R$ 60, potencial de alta de cerca de 42% ante o fechamento anterior.