Hapvida eleva investimento e projeta receita de R$ 2,4 bi
15/09/2014 - por Beth Koike | De São Paulo

A Hapvida, grupo de saúde com forte atuação no Norte e Nordeste, revisou para cima sua projeção de investimento e de receita bruta. As previsões subiram cerca de 25% em relação à estimativa inicial. Agora, a meta é investir R$ 150 milhões, o dobro do aplicado em 2013, e fechar o ano com um faturamento de R$ 2,4 bilhões. No ano passado, a Hapvida fechou o balanço com uma receita de R$ 1,9 bilhão.

Do total a ser investido neste ano, R$ 85 milhões serão usados para aquisição de hospitais no Nordeste e a outra parcela será destinada para compra de equipamentos médicos. "Os recursos virão 100% de nossa geração de caixa. Somos muito conservadores, não temos endividamento", disse Jorge Pinheiro, presidente e fundador da Hapvida. O primeiro semestre deste ano, disse, foi melhor do que o esperado. E, para atender a demanda futura com certa folga, o empresário decidiu investir mais.

A Hapvida conta com 20 hospitais que atendem exclusivamente os usuários de seu plano de saúde. O grupo tem 2 milhões de clientes no convênio e mais 1 milhão no plano dental. Além disso, possui uma rede própria de 70 clínicas, 16 prontos-socorros, 49 laboratórios e 55 centros de diagnóstico por imagem. A Hapvida também está investindo em centros próprios de hemodiálise e fisioterapia.

Com a estrutura verticalizada, a Hapvida praticamente bloqueia a entrada de outras operadoras em sua região. A Amil e a Intermédica, que também investem em rede própria, são exemplos de grupos que enfrentaram dificuldades para entrar no Nordeste por conta da concorrência com a Hapvida, conhecida por oferecer preços baixos. O tíquete médio do plano de saúde da Hapvida é de R$ 85. Dos 2 milhões de usuários, 450 mil têm planos individuais.

Pinheiro não revela qual o lucro da empresa, mas garante que a Hapvida está no azul. Para que os custos não superem a receita, 96% das internações - procedimento que normalmente representa 60% dos custos das operadoras de plano de saúde - são realizadas em rede própria. O mesmo acontece com 75% das consultas e exames.

O modelo verticalizado da Hapvida também inclui as áreas de tecnologia, arquitetura, propaganda, lavanderia e call center.

Com sede em Fortaleza, a empresa cresce para outras regiões. Atualmente, 13% da carteira de clientes vem do Sudeste, em especial de São Paulo e do Rio. Mas nesses Estados, o cenário é inverso. Ou seja, Amil e Intermédica têm redes próprias e a Hapvida trabalha com médicos credenciados.



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