Muitas pessoas ainda cometem o equívoco de imaginar certa hierarquia entre profissionais de saúde, de modo que as funções desempenhadas por enfermeiros e enfermeiras são encaradas como menos importantes do que aquelas desempenhadas, por exemplo, por médicos especialistas.

Essa concepção ignora o papel fundamental da enfermagem para o bom funcionamento de um sistema de saúde, no qual ela tem atribuições simplesmente diferentes, não inferiores, àquelas dos demais setores.

Cabe ao enfermeiro o contato direto com os pacientes para garantir a saúde no nível individual ou comunitário. Dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) estimam que o Brasil tem mais de 2,6 milhões desses profissionais. Apenas nos serviços públicos de Atenção Básica mantidos pelo SUS, que vão do atendimento hospitalar aos programas de Saúde da Família e Consultórios na Rua, são mais de 200 mil desses trabalhadores.

O Cofen estima que os enfermeiros e enfermeiras são responsáveis por cerca de 90% de todos processos realizados na área da saúde. A importância de seu trabalho foi escancarada ao longo dos últimos dois anos, durante a pandemia, quando eles compuseram a linha de frente do enfrentamento ao vírus. Não por acaso, esses foram também os profissionais de saúde com maiores taxas de infecção por Covid-19 e com maiores índices de doenças psicológica associadas ao trabalho excessivo, como ansiedade, depressão e burnout.

Por isso é tão importante valorizar o profissional de enfermagem. No atendimento presencial ou remoto, ele é o responsável por acompanhar cada etapa da jornada de tratamento ou recuperação de um paciente, possuindo não apenas conhecimentos técnicos valiosos, como também habilidades comunicacionais que demandam uma enorme inteligência emocional.

São esses atributos imprescindíveis que fazem do profissional de enfermagem uma peça imprescindível nas engrenagens de um sistema de saúde humano e eficiente.

*Luciana Hataiama é Gerente de enfermagem da Vibe Saúde.