Como ficam os clientes da Amil após a nova decisão da ANS?
06/04/2022

ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou ontem uma decisão que trouxe mais uma reviravolta no destino da carteira de planos individuais da operadora de planos de saúde AmilA agência determinou que a operadora reassuma a carteira de planos individuais e se mantenha como responsável por ela.

 

A carteira, que tem cerca de 340 mil beneficiários, havia sido transferida à operadora APS (Atenção Personalizada à Saude) no final do ano passado. A APS pertence ao mesmo grupo que controla a Amil, o UnitedHeath Group, gigante do setor de saúde com sede nos Estados Unidos.

Para os beneficiários, por enquanto, nada muda. A Amil tem o prazo de dez dias para se manifestar sobre o tema, e só então a ANS terá uma decisão definitiva. “Caso a agência decida suspender a autorização para a transferência da carteira, esses clientes voltam a ser da Amil, e não podem sofrer restrições de atendimento”, afirma o Rafael Robba, especialista em direito à saúde do Vilhena Silva Advogados.

Porém, Robba diz que a ANS não se manifestou sobre um ponto importante nesse caso. “A Amil descredenciou uma série de laboratórios e hospitais nessa carteira, e essa é uma questão fica em aberto. Ela precisa restabelecer a rede credenciada”, diz.

 

Após a transferência, os clientes que vieram da Amil passaram a reclamar também de dificuldade para entrar em contato com o plano de saúde, além das mudanças na rede credenciada. Antes de receber a carteira da Amil, a APS tinha cerca de 11 mil beneficiários.

Grupo investidor

O plano do UnitedHealth Group era transferir a carteira de planos individuais para a APS e depois se desfazer da APS, transferindo-a a um grupo investidor interessado em ingressar no setor de planos de saúde no Brasil.

O grupo investidor que deseja assumir a APS reúne o executivo Henning von Koss, ex-executivo da Medial e da Hapvida, a empresa de gestão de saúde Seferin & Coelho, que tem quatro hospitais no Sul do país, e a gestora de investimentos Fiord Capital, do investidor Nikola Lukic.

Na decisão de ontem, a ANS afirma que, no pedido de autorização, a Amil declarou que a transferência de carteira seria uma simples reorganização societária entre operadoras do mesmo grupo econômico. Disse ainda que garantiria qualquer necessidade de aporte financeiro para manter o equilíbrio econômico-financeiro da APS “enquanto Amil e APS integrarem o mesmo grupo econômico”.

No entanto, após o exame da documentação, a ANS verificou que a Amil já tinha definido a venda da APS. Isso, segundo a ANS, esvaziaria a garantia oferecida pela Amil em favor da APS. A ANS diz ainda que os compradores da APS não têm capacidade financeira suficiente para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da empresa. E diz que a Amil omitiu fatos da agência reguladora.

Em nota enviada a EXAME, o grupo investidor afirma que a transação inclui o aporte de mais de 2,3 bilhões de reais na APS por parte da Amil, e que a carteira da APS gera uma receita anual da ordem de 3 bilhões de reais. “Consideramos essa estrutura de financeira sólida e única em empresas desse mesmo porte no setor, e que do ponto de vista atuarial o valor supera a necessidade para garantir estabilidade”, diz a nota. O grupo aguarda comunicação oficial da ANS sobre o caso.

Procurado, o UnitedHealth Group não se pronunciou até a publicação deste texto.

Fonte: Exame




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP