Resultados mistos, com o Hapvida (HAPV3) apresentando resultados gerais melhores que GNDI. A Hapvida reportou um conjunto de resultados melhor do que GNDI no quarto trimestre de 2021, mas com a melhora sequencial sendo em grande parte impulsionada por itens não caixa.
As adições líquidas orgânicas permaneceram tímidas (especialmente para HAPV) e as despesas Gerais, Administrativas e com Vendas (SG&A) surpreenderam negativamente, embora a sinistralidade (MLR) pareça estar em uma tendência de melhora consistente.
Mantemos nossa recomendação de compra para Hapvida com um preço-alvo de R$ 13,30/ação, pois esperamos uma aceleração nas adições líquidas orgânicas, uma melhoria contínua no MLR e uma maior diluição das despesas SG&A daqui para frente.
A receita líquida da Hapvida foi de +2% no trimestre e a do GNDI em +1% no trimestre, ambas ligeiramente abaixo de nossas estimativas.
A Hapvida registrou receita líquida de R$ 2.599 milhões no 4T21 (14% anualmente e 2% pior que nossa projeção) e o GNDI reportou um faturamento de R$ 3.264 milhões (+16% A/A e 4% abaixo de nossas estimativas).
Olhando para o portfólio de saúde, Hapvida relatou um ganho líquido orgânico de 14 mil membros T/t e 55k A/a. As adições líquidas totais atingiram 534 mil A/A como resultado de adições de aquisições (479 mil A/A).
O GNDI reportou adições líquidas orgânicas de 44 mil membros de saúde T/T e 134 mil A/A, com adições líquidas totais de 654 mil A/A, impulsionadas por aquisições.
Por outro lado, o ticket médio de ambas as empresas diminuiu (-1% T/T para Hapvida e -5% para GNDI) devido ao impacto negativo do reajuste do plano individual, um mix de planos mais pobre (notadamente para GNDI) e um impacto de aquisições recentes.
Melhora T/t de MLR para ambos, mas ainda mais alto do que os níveis pré-pandêmicos. O cash MLR da Hapvida veio um pouco melhor do que o esperado (64bps), 308bps melhor T/T e 538bps pior A/A.
Os custos médicos continuam pressionados por empresas recém-adquiridas e internações por Covid (embora em valor decrescente), representando 2,8% e 0,6% da MLR em dinheiro, respectivamente.
As provisões não caixa do Hapvida para reembolsos do SUS e IBNR ficaram melhores que o esperado devido à normalização no fluxo de envio de contas, reduzindo a pressão na margem bruta (+518bps T/T e +283bps melhor que nossas estimativas).
Apesar da melhora da MLR do GNDI (398bps T/T) para 76,1%, ainda foi 466bps pior A/A, pois a empresa concluiu no 4T21 o desmantelamento da estrutura adicional de hospitais para Covid-19, além de outros fatores ainda atípicos, como a maiores volumes de exames. O SG&A foi uma surpresa negativa para ambas as empresas.
As despesas SG&A da HAPV foram piores do que o esperado e se deteriorando tanto no trimestre quanto no ano anterior devido (i) à redução da vida útil da carteira do São Francisco, impactando negativamente as despesas de amortização de comissões; (ii) aumento dos custos trabalhistas; (iii) e disposições.
Como resultado, o EBITDA Ajustado do Hapvida foi de R$ 397 milhões (margem de 15,3%), +45% T/T e -1% vs. estimativas do Safra. Vale ressaltar que a qualidade dos resultados não foi tão boa, com melhora mais significativa nos itens não caixa.
O Lucro Líquido Ajustado atingiu R$ 319 milhões no 4T21 (16% vs. nossa projeção), pois a empresa teve um impacto positivo (R$ 37 milhões) do valor justo da combinação de negócios (128% T/T, 66% A/a e 16% acima de nós).
Do lado do GNDI, as despesas com vendas, gerais e administrativas como percentual da receita foram 98bps piores em relação ao ano anterior, principalmente devido a maiores obrigações trabalhistas, contingências e impostos de maiores encargos de ANS.
O EBITDA do GNDI atingiu R$ 227 milhões, -33% em relação à nossa estimativa devido à surpresa negativa na MLR caixa e despesas com vendas, gerais e administrativas acima do esperado. Além disso, as taxas de juros mais altas afetaram os resultados financeiros, levando a um resultado de R$ 7 milhões (-96% A/A).