Nova fábrica do Butantan é entregue e unidade deve produzir vacinas em larga escala a partir de 2023
28/03/2022

Com seis meses de atraso em relação às primeiras previsões, as obras da nova fábrica de vacina contra covid-19 do Instituto Butantan, em São Paulo, foram concluídas. A expectativa agora é que a unidade comece efetivamente a fase de produção em escala somente no ano que vem. 

A previsão inicial era que as obras ficassem prontas em setembro, o prazo foi revisto para fim de 2021, e só agora estão sendo entregues.

A finalização da construção da planta, que tem 11 mil metros quadrados, foi marcada por uma breve cerimônia da qual participaram o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente do Butantan, Dimas Covas, e outras autoridades de saúde. 

O Centro de Produção Multipropósito de Vacinas — nome formal da nova fábrica — terá capacidade de produzir 100 milhões de doses por ano, não apenas da vacina anti-covid, a Coronavac, elaborada pelo Butantan em parceria com laboratório chinês Sinovac, mas também de vacinas contra raiva, zica e apetite. 

O empreendimento, cujo investimento total chegou a R$ 189 milhões, foi custeado por doações de 75 empresas privadas. A Comunitas, entidade que atua no terceiro setor, foi a principal articuladora das doações. 

Concluída a fase de engenharia da fábrica, os equipamentos e máquinas que serão usados nas linhas de produção das vacinas passarão nos próximos meses por testes e ajustes. 

Segundo Dimas Covas, a fabricação das primeiras vacinas em fase piloto deve acontecer ainda este ano. 

Mas a fabricação em grande escala é algo esperado para 2023, disse Covas, após a conclusão do processo de certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Covas esteve ao lado de Doria nas instalações da nova fábrica nesta sexta-feira, quando falaram a jornalistas sobre o empreendimento. 

A Coronavac foi a primeira vacina anticovid usada no Brasil. O Butantan forneceu ao Ministério da Saúde 100 milhões de doses do imunizante em 2021. 

Este ano, a Anvisa autorizou o uso da Coronavac em crianças a partir dos 6 anos. 

Com o início da produção no Brasil, o Butantan reduzirá sua dependência da Sinovac para fabricação das vacinas. 

Em 2021, houve uma primeira fase de transferência de tecnologia chinesa para o Butantan. Agora, com as obras da fábrica concluídas, uma missão chinesa deverá ser recebida em abril pelos técnicos do Butantan para planejar os próximos passos da transferência de tecnologia para a fabricação da Coronavac em São Paulo. 

Fonte: Valor




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