“O papel das organizações no nosso país e no mundo é muito importante. Nós modificamos, estruturamos e suportamos a sociedade, e as empresas têm essa responsabilidade”. Com essa declaração, o CEO da Unimed Alta, Mário Salomão, fala em bate-papo no Bússola Líderes, o canal de entrevistas em vídeo com grandes lideranças empresariais do Brasil, conduzido por Alon Feuerwerker, sobre governança, ESG e o atual mercado de planos de saúde com as mudanças trazidas pela pandemia.
A Unimed Rio, plano de saúde líder no Rio de Janeiro, é o maior faturamento dentro da própria rede, com mais de 800 mil clientes. Em 2016, a cooperativa recebeu uma carta de alienação compulsória da carteira de beneficiários, e naquele momento, para Mário Salomão, o aprendizado foi de pertencimento, de “todos em torno do propósito de dar à empresa a oportunidade de se reestruturar”, diz o CEO.
Governança
Para a Unimed Rio, os mecanismos de governança foram essenciais para o enfrentamento de crises nas esferas política, financeira, existencial e de marca. De acordo com o CEO, o processo de estabilidade política na reestruturação da empresa se deu a partir de credibilidade, que permitiu a criação de uma esteira de tecnologia com apoio e suporte internacional, junto à construção do pilar de compliance, a reestruturação do eixo financeiro e econômico, além do eixo existencial, que permitiu a repactuação da Unimed Rio com a sociedade médica.
ESG
Com a chegada da pandemia, a Unimed Rio se debruçou ainda mais no eixo ESG. Hoje, mais de mil colaboradores atuam em regime home office, o que permite menos emissão de gases de efeito estufa. Além disso, as lideranças levam o tema para a prática, segundo Salomão, com os comitês de diversidade e sustentabilidade, por exemplo.
“Ou você faz de verdade isso, acreditando que realmente é possível, nos pequenos gestos, ou você não vai conseguir fazer isso dentro da sua organização, e vai ser só uma coisa para a sociedade ver e você prestar conta para o seu relatório de sustentabilidade no final do ano”, declara o CEO, sobre o pilar ambiental da empresa.
Ainda, neste mês, a Unimed Rio reestrutura sua forma de trabalho para que sejam dois dias na empresa e três remotos, com uma nova estrutura física para que esse modelo funcione, com equipamentos e ferramentas para isso. Hoje, a Unimed conta com ferramentas que conseguem mensurar produtividade, com a mudança, também, do mindset de minutos, segundos e horas, para demandas, entregas e qualidade das entregas, conversando com uma nova maneira de fazer gestão.
“O que a gente observa na Unimed Rio é um crescimento de produtividade mensurável muito mais elevado do que em anos anteriores”, afirma o CEO.
Mercado de planos de saúde
A covid-19 trouxe uma aceleração no processo de transformação tecnológica no mercado de plano de saúde, como também, na forma de cuidar. Para o CEO, em termos de mercado, novos produtos que se enquadrem aos clientes, para que todos tenham uma sensibilidade à oportunidade na saúde suplementar foi um ganho expressivo.
“Exemplificando, nós tínhamos uma gama de oito produtos e encaixamos um produto no meio de outro produto, para que pudéssemos abrir mais e customizar mais, para que pudesse dar ainda mais acesso à saúde suplementar, de acordo com a demanda e necessidade”, diz Salomão.
Pandemia
Segundo Mário, o sistema privado de saúde trabalhou junto ao sistema público em diversos momentos da pandemia, atendendo à demanda da sociedade, por exemplo, a doação de respiradores para pacientes em estado grave da doença, a disponibilização de leitos, e outros investimentos nos momentos de pico da pandemia.
“A visibilidade do sistema público de saúde no Brasil cresceu muito e, nós, procuramos contribuir da melhor forma, com um trabalho de união nesse período”, diz Mário.
E, pensando nisso, o CEO afirma que a empresa busca customizar produtos que garantam acesso à população de baixa renda, de forma suplementar ao SUS. E, além disso, algumas empresas oferecem serviços de planos de saúde na hora da contratação de colaboradores, o que amplia esse movimento.
“Nós temos o compromisso de customizar cada vez mais produtos de acessos importantes e que garantam o equilíbrio da sustentabilidade desse negócio a longo prazo”, declara o CEO.
Para o futuro, “as expectativas da companhia para o futuro é que a empresa e o mercado caminhem de forma mais leve, ágil, com alguma desregulamentação que permita mais competitividade ou liberalidade para que se acomode dentro dessa acessibilidade [...]”, diz Salomão.
Para assistir a entrevista na íntegra, acesse o canal do YouTube da Bússola, onde sai conteúdos desta e de outras colunas.