Na área de medicina diagnóstica, a companhia é dona de cerca de 900 unidades de laboratório de 59 diferentes bandeiras, distribuídos no Brasil, na Argentina e no Uruguai.
Para efeitos de comparação do rápido crescimento do negócio de hospitais, essa divisão da companhia representava 34,5% da receita bruta da Dasa no acumulado dos nove primeiros meses do ano passado. E hoje, essa fatia já está próxima dos 50%. “A tendência é que a participação dos hospitais seja mais relevante devido ao crescimento orgânico e aquisições”, disse Pedro Bueno, CEO da Dasa. Na área hospitalar, a companhia tem um market share de 3% e no mercado de medicina diagnóstica, a participação gira na casa dos 14%.
O grupo intensificou seu processo de expansão na área hospitalar em 2020. Até 2019, a Dasa tinha um acordo de “non compete” com a UnitedHealth Group (UHG) de não investir na área hospitalar. O grupo americano adquiriu em 2012 a operadora de planos de saúde Amil, fundada por Edson Bueno, e criou uma divisão de hospitais, o Américas. O empresário também era dono da Ímpar, uma rede com seis hospitais, entre eles o Nove de Julho e o Santa Paula, em São Paulo, que não foi vendida junto com a operadora de planos de saúde.
Em 2018, houve negociações com a UHG para a venda da Ímpar, mas as conversas não avançaram. No fim de 2019, a família Bueno optou por fazer uma fusão entre os negócios de medicina diagnóstica e hospitais.
A estratégia central para essa combinação dos negócios e o forte investimento em aquisições de hospitais é ter um maior controle dos custos e processos da cadeia de saúde. Antes dessa fusão, a empresa de medicina diagnóstica já vinha implementando um processo de gestão da saúde dos pacientes, no entanto, esse trabalho não gerava os resultados esperados. Isso porque não havia uma integração com os hospitais, que representam metade do custo da saúde.
“Hoje, quando surge uma anormalidade numa mamografia, nosso sistema avisa em tempo real. Contatamos o médico da paciente e conversamos com ela para a realização de uma biópsia no mesmo dia. Temos pré autorização da operadora para fazer o procedimento. Dependendo do resultado, já agendamos consulta com um oncologista dos nossos hospitais. Todo esse processo leva de cinco a sete dias. Antes, esse mesmo processo levava de três a seis meses. É um tempo decisivo para tratamento de um câncer de mama no início ou numa fase mais avançada”, disse o médico Emerson Gasparetto, diretor geral da área de hospitais do Grupo Dasa. “As operadoras entendem que essa gestão também traz redução de custos”, complementou.
A expectativa de Gasparetto é que neste ano esse trabalho de gestão de saúde traga ainda mais resultados, uma vez que os dois últimos anos, período que a companhia passou a trabalhar com esse foco, foram tomados pela covid. Ele conta que os procedimentos eletivos já foram retomados em patamares de 2019.
Com o rápido crescimento do negócio de hospitais e desafios da integração, a companhia trouxe 20 executivos de mercado para tocar o negócio. No ano passado, o médico Paulo Chapchap, ex-presidente do Hospital Sírio-Libanês, foi convidado para ser conselheiro estratégico dessa divisão da empresa.
Mais recentemente, foram contratados, por exemplo: Luiz Sergio Santana, executivo com passagens pela BP-Beneficência Portuguesa, Rede D’Or, Américas e NotreDame Intermédica; Bruno Pinto, ex-São Camilo, e André Garcia, que era do grupo hospitalar Santa Catarina.