Um dos grandes desafios da área da saúde é implementar soluções inovadoras que atendam as demandas do setor. Desse modo, é fundamental ficar de olho nas tendências transformadoras em saúde. Para isso, Felipe Neves, CEO e cofundador da Fix it, única startup da América Latina que, através de uma plataforma de impressão 3D, oferece órteses e planejamento cirúrgico com fabricação 3D descentralizada e de forma democrática, elenca quatro tendências promissoras para 2022 na área da saúde.
Segundo Neves, a impressão 3D está cada vez mais inserida no setor da saúde, principalmente dentro dos hospitais e clínicas. Não somente em soluções de imobilização, mas também em equipamentos de suprimentos hospitalares. Além disso, ele aponta a inteligência artificial como uma das tendências no setor e afirma que a vê trilhando um caminho bastante interessante no setor.
A telemedicina também é uma tendência apontada por Neves. A modalidade, que vem revolucionando o ramo, surge como uma alternativa de democratizar o acesso à saúde. “A telemedicina teve sua ascensão em 2021 e acredito que isso irá se consolidar em 2022. Provavelmente teremos cabines de telemedicina no meio da rua, os laudos médicos irão se popularizar junto com as plataformas que irão atender essas demandas. Cada vez mais a gestão de clínicas e consultórios serão realizadas via software, desde o agendamento até o envio de exames em nuvem”, explica o CEO.
A quarta aposta de Felipe Neves são as terapias digitais. Segundo artigo do MIT Technology Review, as empresas estão apostando em aplicativos que podem substituir prescrições médicas. Dessa forma, grandes investidores do mercado enxergam essa tendência como uma oportunidade de “entregar medicina pelo celular”, mas sem o alto custo para trazê-las ao mercado. “Nós já temos vários exemplos de terapias digitais voltadas para diabetes, hipertensão e saúde mental. É uma tendência de um futuro próximo, pois quem tiver a enfermidade, além dos acompanhamentos tradicionais, poderá contar com as terapias digitais para monitoramento 24 horas e com isso diminuir a chance de agravamento das patologias”, complementa Neves.
No entanto, o CEO deixa um alerta para os profissionais da área. “Os profissionais devem ficar atentos ao mercado, porque este tipo de informação e direcionamento não encontramos em congressos tradicionais. A academia, em geral, ainda traz poucas informações de inovação, porque está tão focada na prática profissional que acaba não estando atualizada acerca do que acontece aqui fora. É claro que isso está mudando e vem evoluindo bastante, mas não adianta um terapeuta participar só de congressos de medicina e fisioterapia, ele também precisa acompanhar os congressos de engenharia biomédica, eletrônica e mecatrônica para ter contato com tecnologias avançadas e aumentar seu repertório”, sugere o CEO da Fix it.
Enquanto isso, ele acredita que as empresas que já apostam em inovação devem continuar abrindo editais para inovação, dando espaço para startups entrarem e resolverem os problemas internos delas, usando a tecnologia como uma maneira de encurtar os caminhos seguidos por empresas tradicionais. Neves aponta que “não é só chegar com a vitamina, tem que chegar com a aspirina”. Ou seja, as startups devem estar atentas em trazer inovação junto com a resolução de uma dor latente dessas empresas. Por outro lado, as companhias devem entender que vão necessitar dessas tecnologias para resolver problemas já existentes, ou até mesmo outros que ainda nem sabem que existem. “Temos que usar a tecnologia da melhor forma possível para convencer os players a usarem as soluções”, finaliza o CEO da Fix it.