Na contramão, Amil encolhe e perde clientes
11/02/2022
 
Ao contrário do mercado de planos de saúde que, nesses dois últimos de pandemia, viu o volume de usuários crescer 4%, o equivalente a 1,9 milhão a mais de pessoas com convênio médico no país, a Amil registrou uma perda de 5% em sua carteira de clientes nesse mesmo período, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 
 

A base de beneficiários de planos corporativos, que representa 80% do total, manteve-se estável. Já a modalidade individual caiu 18,8% e o plano por adesão, teve redução de 22,7% entre 2020 e 2021. 

Considerando a performance nos últimos cinco anos, a queda é ainda mais acentuada. A operadora, que pertence à UnitedHealth, fechou 2021 com 2,9 milhões de usuários, baixa de 23% em relação à carteira que a companhia dettinha em dezembro de 2016. 

Segundo o Itaú BBA, a participação de mercado da Amil caiu de 8% para 6% nos últimos cinco anos (excluindo as aquisições feitas pela operadora entre 2016 e 2018). “Do ponto de vista geográfico, a empresa perdeu terreno para players verticalizados e cooperativas médicas em quatro das cinco regiões metropolitanas mais importantes para o grupo Amil”, segundo relatório do banco, assinado por Vinicius Figueiredo. O analista destaca que apesar da Amil ter uma sólida rede própria sua taxa de sinistralidade tem se mostrado superior ao de algumas operadoras não verticalizadas, “o que significa que a Amil está operando com rentabilidade muito limitada”. 

No acumulado dos nove primeiros meses de 2021, a Amil apresentou prejuízo de R$ 775 milhões contra um resultado líquido positivo de R$ 690 milhões do mesmo período de 2020. Para efeitos de uma comparação sem impactos positivos da covid, a operadora teve prejuízo de R$ 151 milhões, entre janeiro e setembro de 2019. 

 A receita líquida nos nove primeiros meses de 2021, somou R$ 14,7 bilhões - mesmo patamar de um ano antes. 



 

O resultado líquido do setor também despencou de R$ 15,9 bilhões em 2020 para R$ 2,9 bilhões em 2021 (até setembro) devido à retomada de procedimentos eletivos e segunda onda da covid no começo de 2021. Em 2019, esse indicador foi de R$ 9,2 bilhões. 

Outro ponto negativo para s Amil foi o índice de reclamações. Nos últimos 12 meses, o volume de queixas do plano de saúde individual da Amil, nos últimos 12 meses, saltou de 567 para quase 1,3 mil, mais que o dobro. O mercado de planos individuais viu o índice de reclamações aumentar 82,7%, saindo de 3,9 mil para 7,2 mil. Essa alta está relacionado à pandemia. 

O aumento de reclamações contra a operadora, que vieram com força nos últimos dias, foi um dos motivos que fez a ANS interromper o processo de mudança societária dos planos individuais para o grupo de investidores. 

Segundo ANS, a luz amarela acendeu em outubro, quando o índice de reclamações subiu 31,4% - maior patamar dos últimos 12 meses. “Não haverá nenhum prejuízo aos beneficiários. O fechamento do negócio tem como premissa a manutenção de todos os direitos do beneficiário assim como da estrutura de atendimento”, informa o grupo de investidores. 

A Amil informa que 2021 foi um ano de investimentos em gestão clínica, expansão da Telessaúde, consolidação de programas de cuidado e a diversificação em linhas específicas e reitera que as iniciativas que promovem mais cuidado e melhor experiência dos seus beneficiários aumentam organicamente a fidelização e a atração de novos beneficiários. 

Fonte: Valor




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