Fusão na saúde vai gerar sinergias de R$ 1,4 bilhão
08/02/2022
A fusão entre as operadoras de planos de saúde Hapvida e NotreDame Intermédica (GNDI) vai gerar um incremento de R$ 1,4 bilhão na linha do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia combinada até 2024, segundo cálculos das duas empresas. Deste montante, 40% das sinergias serão capturadas já neste ano. 
 

A maior parte dos ganhos virá do aumento de receita com a criação de um convênio médico com cobertura nacional. A estimativa é que a comercialização deste novo produto possa trazer um incremento de R$ 800 milhões no Ebitda recorrente em três anos. 

Atualmente, as duas operadoras verticalizadas têm atuação regional. A Hapvida é forte no Norte e Nordeste e a Intermédica tem maior presença no Sudeste. Essa presença em praças específicas faz com que elas deixem de vender seus convênios médicos a grandes companhias que possuem funcionários distribuídos em todo o país. Esse mercado é atendido pelas Unimeds, Bradesco, SulAmérica e Amil, que trabalham com rede credenciada. Já Hapvida e Intermédica operam com rede própria. Das 27 capitais do país em que estão presentes, as companhias têm unidades verticalizadas em 19 delas. 

A Intermédica estima que cerca de 40% de suas ofertas são recusadas pela falta de um produto de abrangência nacional. Isso representa cerca de 1 milhão de usuários que podem ser capturados nos próximos três anos e levar a um aumento de 2,1% na fatia de mercado da companhia combinada. Hoje as operadoras têm juntas cerca de 18% de participação. 

“Acreditamos que já em dois meses, esse novo produto de cobertura nacional estará no mercado”, disse Irlau Machado, CEO da NotreDame Intermédica. “Nesses últimos meses, trabalhamos com nossos times de integração, refinando dados para oferecer logo esse produto” complementou Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida. 

 
Ambos executivos vão compartilhar a presidência da companhia combinada e cada qual continuará tocando o dia a dia de suas respectivas operadoras nos próximos três anos - período em que o setor de saúde ainda passará por um processo de consolidação. “Não queremos desestimular o atual momento das companhias, que continuam com suas agendas de crescimento, independentemente da fusão”, destacou Pinheiro. 

O aumento de receita também virá de ampliação de oferta de plano individual no país, venda cruzada de produtos como convênio dental e comercialização de serviços hospitalares. As duas operadoras têm juntas 84 hospitais, sendo que parte tem capacidade ociosa. Em 2021, a receita de serviços hospitalares da Intermédica foi de R$ 1,2 bilhão. 
 

A linha de custos, com renegociação de contratos de suprimentos, deve trazer economia de R$ 241 milhões. Já nas despesas, é esperada uma economia de R$ 339 milhões - totalizando um impacto de R$ 580 milhões no Ebitda. 

Segundo os executivos, as sinergias devem superar o montante de R$ 1,4 bilhão, anunciado ontem pelas duas empresas. Isso porque as companhias ainda não mensuraram todas as oportunidades de ganhos, uma vez que a fusão foi aprovada em dezembro. Os ganhos fiscais com a fusão não foram contabilizados, nem tampouco as aquisições futuras. “Há um caminhão de oportunidades para mais sinergias”, disse Pinheiro. 

As sinergias anunciadas ficaram um pouco abaixo das previsões mercado, mas a maior parte das projeções considerava o ganho fiscal, que não foi contabilizado pelas operadoras. Os papéis das companhias encerram o pregão de ontem com queda de 4,67%. 

Na sexta-feira, as ações das duas operadoras serão integradas e na segunda-feira, dia 14, os papéis da Intermédica deixam de ser negociadas na B3. 

 
 

Fonte: Valor




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