BofA avalia Amil em até R$ 20 bi e prevê venda fracionada
17/01/2022

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) avalia a venda da UnitedHealth Brasil, dona da Amil no país, entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, considerando que o grupo tem uma operadora com cerca de 3 milhões de usuários de planos de saúde e seus hospitais contam com 2,5 mil leitos. 

Os cálculos do banco levam em consideração o histórico de transações com hospitais semelhantes que foram vendidos de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões, cada leito. A carteira de planos de saúde é precifica, normalmente, entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, por beneficiário. 

 

Os analistas do BofA, Fred Mendes, Gustavo Tiseo e Mirela Oliveira, analisaram alguns cenários possíveis para a venda da Amil. 

O primeiro deles é a divisão dos ativos - operadora e hospitais - para dois ou mais compradores. “Para Rede D’Or e Dasa, acreditamos que essa possibilidade faz mais sentido, pois elas comprariam os ativos hospitalares e um possível segundo player, como a SulAmérica ou mesmo o Bradesco, adquiriria os beneficiários. Dessa forma, não só reduziria o montante de caixa gasto na potencial aquisição, caso se concretize, mas também abordaria um possível futuro problema para Dasa e Rede D’Or, que seria competir no mercado de planos de saúde, o que poderia prejudicar as atuais parcerias com algumas operadoras”, informa trecho do relatório do BofA. 

O segundo cenário, vislumbrado pelos analistas, seria a compra do ativo por um único operador. Eles acreditam, no entanto, que a possibilidade de venda de todo o ativo para uma grande seguradora é remota dada a dimensão da potencial aquisição ser no segmento de planos de saúde, com rentabilidade limitada. 

“A primeira opção é, em nossa opinião, potencialmente mais provável, com a Dasa sendo o participante de mercado que ficaria com os hospitais e os beneficiários sendo vendidos para outro player como SulAmérica ou Bradesco Saúde, conforme mencionado na imprensa”, segundo o banco. 

 

Os analistas afirmam ainda que essa crença é devido a alguns fatores: a Dasa/família Bueno tem um relacionamento próximo com a UnitedHealth, a Dasa precisa de uma oferta subsequente de ações para trazer liquidez e uma operação de fusão/aquisição transformacional parece ser a melhor saída. E a Rede D’Or pode ter dificuldades com o órgão antitruste (Cade) devido à presença em praças onde a Amil tem seus hospitais. A Rede D’Or tem cerca de 52% de leitos hospitalares de alto padrão no Rio de Janeiro. 

“Entendemos que a estruturação de fusão/aquisição, caso se concretize, seria complexa e dado o atual nível de dívida líquida/Ebitda da Dasa de cerca de três vezes, reduz as chances de recorrer a um maior endividamento para adquirir a Amil. Assim, se a compra for apenas da estrutura hospitalar (entre R$ 6 bilhões e R$ 9 bilhões, com base no cálculo acima excluindo beneficiários) pela Dasa, esperamos uma possível oferta subsequente, endividamento e possível pagamento de ações à UnitedHealth”. 

Ainda segundo o BofA, se a transação for concretizada, será transformacional para a Dasa, pois removeria a falta de liquidez, uma vez que a companhia hoje negocia diariamente em média R$ 6 milhões. 

O banco tem recomendação de compra e preço-alvo a R$ 58 para ação de Dasa. Na sexta, o papel fechou com alta de 0,73% a R$ 30,17. 

Fonte: Valor




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