De acordo com levantamento realizado pelo Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, houve diminuição considerável no número de pacientes submetidos a tratamento oncológico na instituição se comparados março a maio de 2019 com março a maio de 2020. O número total de consultas médicas diminuiu 45%, com redução de 56,2% nas novas consultas. Também houve diminuição de 27,5% no número de pacientes em tratamento sistêmico intravenoso e de 57,4% no início de novos tratamentos.
Para atender essa demanda, o grupo Laços Saúde e o Centro de Combate ao Câncer (CCC) fecharam parceria para o lançamento da Lacon, empresa de assistência oncológica domiciliar. A companhia irá trabalhar com o acompanhamento longitudinal dos pacientes, o que engloba o manejo medicamentoso, organização e unitarização da medicação oncológica, navegação, coordenação do cuidado, enfermagem domiciliar e atendimento multidisciplinar, incluindo médico paliativista.
“Nossa ideia é replicar o que está acontecendo no mundo inteiro. O cuidado oncológico está se deslocando para o domicílio e queremos ser pioneiros deste modelo no Brasil. Acreditamos que isso é o futuro do tratamento do câncer”, explica a diretora executiva da Laços Saúde, Martha Oliveira.
Especialista em oncologia, fundador e diretor-presidente do CCC, Cid Gusmão explica que o cenário de tratamento do câncer vem mudando rapidamente, do cuidado em clínicas e hospitais, com medicamentos injetáveis, para a medicação oral, que o paciente pode tomar em casa.
“Com esse modelo de atendimento oncológico em casa, acompanharemos o paciente praticamente em toda a sua jornada assistencial e focaremos em três importantes pilares: uma melhor experiência para o paciente, sustentabilidade e valor em saúde”, sintetiza.
Martha e Gusmão concordam que a assistência oncológica deve ser mais ativa e ir aonde o paciente está. “Os ganhos sociais e psicológicos de evitar o deslocamento do paciente são grandes. Além disso, conseguimos atuar em várias dimensões do tratamento que não eram abordadas anteriormente, como as adequações da casa, da dieta e a adaptação da família. Entender todas essas etapas da jornada do paciente se traduz em um tratamento melhor”, conclui Gusmão.