O setor de saúde teve mais um ano movimentado. Foram mais de R$ 10 bilhões em aquisições promovidas pelas 14 companhias listadas, sendo que quatro delas abriram o capital e uma fez um re-IPO neste ano.
As quatro estreantes — Mater Dei, Oncoclínicas, Kora e Viveo — captaram R$ 6 bilhões. A Dasa, por sua vez, levantou R$ 3,3 bilhões.
A Rede D’Or, que fez o segundo maior IPO do país em dezembro de 2020, anunciou dez aquisições neste ano, que somaram R$ 3,5 bilhões. Além disso, o maior grupo hospitalar aumentou consideravelmente, sua participação na Qualicorp nos últimos 12 meses. Hoje, a D’Or tem cerca de 30% na maior administradora de planos de saúde do país.
Mas o setor não foi marcado somente pelas transações milionárias. Teve a polêmica entrada do empresário Nelson Tanure na Alliar, que há quatro meses tenta adquirir o controle da rede de medicina diagnóstica. Na semana passada, a gestora Esh, minoritária da Alliar, reclamou que Tanure tenta evitar uma OPA nas mesmas condições pagas aos acionistas do bloco de controle. A ação da Alliar já tem perda de mais de 20% nos últimos cinco dias.
A megafusão entre as operadoras verticalizadas Hapvida e NotreDame Intermédica, anunciada no começo do ano, está prestes a ser concluída. Há cerca de 15 das, a Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou uma aprovação sem restrições, o que tem grandes chances de acontecer, uma vez que o caso não tem um terceiro interessado para se opor.
O setor também tem assistindo à expansão das startups de planos de saúde. Nas últimas duas semanas, a Alice recebeu uma nova rodada de investimentos de US$ 127 milhões (o equivalente a R$ 728,6 milhões pela cotação do dólar do dia 21) liderada pelo SoftBank Latin America Fund. Já a Sami anunciou um aporte de R$ 110 milhões liderado por DN Capital, Monashees, Redpoint e Valor Capital.
Outra transação que chamou atenção neste ano foi a DNA Capital — cujo principal investidor é a família Bueno, controladora da Dasa e Viveo — que adquiriu 25% do braço de educação médica da Ânima, por R$ 1 bilhão há três semanas. No dia do anúncio, o papel do grupo educacional chegou a ter alta de 27%.