Uma variedade de lugares onde ficam os dados de pacientes em diferentes formatos e descentralizados, um sistema de saúde cada vez mais saturado e caro, a ausência de campanhas mais efetivas e direcionadas para a prevenção de doenças e o acúmulo de dados sem direcionamento são questões presentes no setor da saúde em todo o mundo. Ao mesmo tempo, com a popularização de tecnologias como Big Data, Data Science, Cloud e Inteligência Artificial (IA) esse cenário tem a chance de sofrer transformações que poderão ser benéficas à toda cadeia da saúde, viabilizando escala, otimizando custos e com amplo acesso ao paciente.
Como parte dessa mudança e pioneirismo, a AFIP – Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa – fechou uma parceria com a Siemens Healthineers para a construção estratégica da digitalização dos dados dos pacientes, gestão populacional e uso da Inteligência Artificial por meio da plataforma eHealth. Ela é capaz de assegurar que o paciente seja unicamente identificado dentro do sistema de saúde e que seus dados clínicos sejam conectados, como os resultados de exames laboratoriais, diagnósticos por imagem, dados do paciente como altura, peso, atividades físicas, hábitos e o acompanhamento e monitoramento de diversas patologias, possibilitando ao médico uma visão integrada do paciente devido à interoperabilidade de dados que a solução proporciona.
“A nossa história sempre foi voltada para a ciência, pesquisa e inovação. A partir dessa parceria da AFIP com a Siemens Healthineers estamos dando início a uma nova era, com uma medicina realmente preditiva, que trata da saúde e não somente da doença”, afirma Sergio Tufik, presidente da AFIP.
O projeto piloto conta com 50 mil pacientes e a segunda fase com 300 mil visando superar a marca de dois milhões de vidas¹. “O projeto da AFIP tem potencial para ser um dos maiores do mundo em gestão populacional com o uso da plataforma eHealth. Ele representa uma oportunidade de contribuir com o sistema de saúde brasileiro, tanto público quanto privado. Com o uso dessa solução, o profissional de saúde tem uma visão global do paciente, o que resulta em diagnósticos mais precisos, redução de consultas e exames adicionais e atendimento mais humanizado”, explica Roberta Siufi, Diretora de Operações da AFIP e uma das idealizadoras do projeto.
Além disso, é importante destacar que a solução segue os mais altos padrões de segurança de dados, tanto brasileiro, como a LGPD², como internacionais HIPAA³, nos EUA, GDPR4, na Europa. Muito mais que que uma plataforma de interoperabilidade de dados, o eHealth tem um desenvolvimento que permite ao cliente utilizar aplicações prontas como um portal integrado do paciente, por exemplo, e também desenvolver algoritmos de Machine Learning para realizar o score de pacientes com potencial de desenvolver doenças crônicas como diabetes de maneira preditiva. “Teremos a oportunidade de realmente transformar o setor da saúde e dar ao paciente a autonomia e o protagonismo para compartilhar suas informações com médicos e profissionais da saúde que ele desejar, utilizando robustos padrões de segurança. Além disso, iremos contribuir para que os próprios clientes possam desenvolver suas aplicações de maneira ágil, simples e segura, usufruindo dos benefícios da interoperabilidade de dados e Inteligência Artificial”, explica Jacques Chicourel, Head de Digital Healthcare da Siemens Healthineers no Brasil.
O uso da tecnologia para a melhoria da cadeia da saúde e do cuidado preditivo da sociedade
Segundo Armando Lopes, Diretor Geral da área de Diagnóstico por Imagem e Digitalização da Siemens Healthineers para a América Latina, “Os ganhos que o médico e o sistema de saúde terão por meio de um Portal do Paciente, no qual o médico conseguirá fazer upload de exames pela web ou mobile, pois a interoperabilidade de dados que o eHealth é capaz de proporcionar ajudará a evitar exames desnecessários, marcações de outros especialistas que talvez não precisassem ser consultados naquele momento e diagnósticos muito mais assertivos.” Armando complementa que, com o uso da IA poderá se detectar e antecipar às doenças que podem se desenvolver futuramente, além de análises e estudos preditivos em determinadas populações. Com diagnósticos precoces é possível antecipar tratamentos e, em muitos casos, reduzir custos e aumentar a sobrevida e qualidade de vida do paciente.
Referências: