Uma em cada cinco pessoas em todo o mundo desenvolve câncer, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segunda maior causa de mortes no mundo, até 2030 deve ser a primeira, segundo especialistas. É também uma das principais causas de morte nas Américas. Em 2008, causou 1,2 milhão de mortes, 45% das quais na América Latina e no Caribe. Prevê-se que a mortalidade por câncer nas Américas aumente para 2,1 milhões até 2030.
Um estudo da The Economist Intelligence Unit (EIU), publicado em 2020, estima que nos próximos dez anos o Brasil pode registrar crescimento de 42% nos casos de câncer. Em toda a América Latina, a previsão de aumento chega a 67% no mesmo período. O número supera o cálculo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que espera registrar um salto de quase 28%.
Por conta da pandemia da Covid-19 o cenário pode ser ainda pior, com possível aumento de casos não detectados precocemente devido a paralisação de tratamentos oncológicos e a não realização de exames preventivos e de diagnóstico. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) mostrou que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico de câncer nos quatro primeiros meses de pandemia.
Dentre as várias modalidades de tratamento do câncer, a quimioterapia é a mais frequente. Cerca de 60% a 70% dos pacientes necessitam desta terapia, que utiliza agentes químicos, isolados ou combinados, com o objetivo de tratar tumores malignos, podendo estar associada ou não a outras modalidades. O protocolo da terapia é instituído de acordo com o tipo do tumor, comportamento biológico, localização, extensão da doença, idade e condições gerais do paciente.
Atualmente esta modalidade terapêutica é viabilizada graças à utilização de tecnologias em saúde, como a utilização de dispositivos de infusão, aparelhos largamente usados em hospitais para administração de quimioterápicos, agentes antimicrobianos, analgesia, anestesia e para o controle da dor no pós-operatório.
Sistemas de administração de quimioterapia
A infusão de medicamentos é a administração de biológicos via injeção subcutânea, permitindo o fornecimento de fluidos em volumes e taxas precisas, garantindo mais praticidade aos pacientes e possibilitando que eles recebam uma terapia de forma mais prática e rápida, reduzindo o tempo e os danos associados à hospitalização. Esses fatores fazem com que as infusões medicinais sejam uma forma de tratamento cada vez mais importante e central para o combate de diversos tipos de doenças.
Outra grande vantagem que demonstra a importância do método está relacionada ao tratamento do câncer. Quase 50% dos pacientes de tratamentos quimioterápicos sofrem com problemas como náuseas e vômitos. Tais sintomas podem ser agravados pela administração de medicamentos via oral ou mesmo favorecer o surgimento de uma intolerância à ingestão do remédio. Nesse contexto, o tratamento por meio da infusão pode apresentar benefícios bastante consistentes ao paciente.
Devido a isso, drogas quimioterápicas geralmente são injetadas por via endovenosa. A administração de substâncias intravenosas em pacientes com câncer exige controle, especialmente porque muitas vezes são realizadas sessões com a aplicação de vários medicamentos de uma só vez. A duração da infusão de quimioterapia varia, dependendo do esquema, desde poucos minutos até mais de 72 horas, e costuma ocorrer em regime ambulatorial.
Projetadas para serem portáteis, as bombas de infusão ambulatoriais funcionam com bateria, dispõem de uma programação do ritmo de infusão, volume etc., e também possuem um sistema de alarme no caso de finalização do tratamento, quando é necessário trocar as baterias ou quando ocorra algum problema relacionado à infusão.
A marca CADD®, fabricada pela Smiths Medical e importada e distribuída no território nacional pela Moriya, leva ao mercado seu sistema de infusão ambulatorial para oncologia e anestesia/dor. Indicado para administração intravenosa, intra-arterial, subcutânea, intraperitoneal, espaço epidural ou espaço de infusão subaracnóide, oferece controle de infusão exato, pois possui um mecanismo microperistáltico que é projetado para obter uma dosagem mínima, em quantidades muito pequenas de solução.
O design compacto e leve das bombas de infusão CADD® promove a mobilidade do paciente associada a melhores resultados clínicos, redução do tempo de hospitalização e diminuição nos custos de tratamento. Os reservatórios CADD® fornecem segurança para a medicação e proteção contra fluxo livre na administração de fluidos.
Ideal para oncologia, o modelo eletrônico CADD® Legacy PLUS 6500 entrega a medicação de forma precisa, segura e simples, além de ser projetado para promover o cuidado e a segurança do tratamento para uma variedade de pacientes, sendo eles adultos ou pediátricos. A bomba disponibiliza infusões contínuas e intermitentes para tratamentos como, por exemplo, quimioterapia, hidratação e antibióticos.
Controlando as dores oncológicas
A intensidade das dores oncológicas pode depender do tipo de câncer, estágio da doença e tolerância da dor por parte do paciente. Na maior parte dos casos, estão relacionadas a um grau avançado da doença, apresentando implicações psicológicas, familiares e sociais. As dores também podem se intensificar caso o paciente sinta-se triste, ansioso e desanimado.
Mesmo a dor mais severa pode ser controlada com a combinação dos medicamentos corretos. De forma geral, quando bem administradas, as medicações podem atenuar em até 70% as dores oncológicas. Para cada paciente que está passando por desconforto é necessário desenvolver um esquema individual para controle da dor.
Contudo, nem sempre o paciente consegue ingerir os medicamentos por via oral devido a diversos efeitos colaterais causados pela terapia. Se acrescido da infusão de medicamentos por outras vias, pode-se estimar o controle da dor em até 90%. Sendo assim, uma das melhores formas de garantir o controle das dores oncológicas sem piorar o desconforto é por meio das infusões medicamentosas.
A bomba de analgesia controlada por paciente (PCA) é um dos tipos de bomba de infusão indicados para casos em que o paciente sente muita dor. O equipamento é controlado pelo próprio paciente e seu diferencial é possibilitar a administração de analgésicos intravenosos, como a morfina, para alívio de quadros de dor de maneira rápida. Assim, além de administrar doses extras do medicamento quando necessário, a bomba também tem a função de liberar a medicação contínua.
Desenvolvida para proporcionar uma gestão mais eficaz da dor, a bomba de infusão CADD® Legacy PCA 6300 permite aos médicos combinar a infusão contínua com analgesia controlada pelo paciente (PCA, patient controlled analgesia) para aumentar sua satisfação, garantindo mais conforto e melhor qualidade de vida durante o tratamento.
Apesar de poder ser controlado pelo paciente, é o médico quem programa o equipamento para evitar superdosagens. Indicada para pacientes em estágios avançados de câncer entre outras situações que geram dor, como em quadros pós-operatórios, quando feita de forma intra-hospitalar ou ambulatorial a terapia deve ser desenvolvida e acompanhada por um profissional qualificado e treinado.