Cientistas que conduzem pesquisas com o governo de Gauteng, província da África do Sul que é o epicentro do surto da ômicron, pretendem concluir um estudo sobre a virulência da variante na terça-feira.
A província, a mais populosa do país, está em foco desde que o governo e cientistas disseram em 25 de novembro que a nova variante foi identificada em amostras da área. A descoberta sacudiu os mercados globais e resultou em proibições de viagens com origem no sul da África.
“Esta variante é menos virulenta? Ainda não temos as respostas para isso”, disse Bruce Mellado, presidente do Comitê Consultivo do primeiro-ministro de Gauteng, em entrevista na quinta-feira. “Nosso comitê consultivo está trabalhando nisso enquanto falamos. Provavelmente teremos uma apresentação ao conselho de comando, a portas fechadas, na terça-feira.”
Os resultados do estudo seriam posteriormente divulgados ao público, disse Mellado, que é professor da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, que usa modelagem matemática para prever a trajetória das infecções.
Cerca de 15 milhões de pessoas vivem em Gauteng, que incluiu Joanesburgo, a maior cidade do país, e Pretória, a capital.
Até agora, as taxas de internações e mortalidade estão abaixo do esperado, disse.
Na semana encerrada em 21 de novembro, o número de mortes em excesso em Gauteng, uma medida de óbitos comparada a uma média histórica, ficou 62 abaixo do normal, de acordo com relatório do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul.
O excesso de mortes é visto como um indicador mais preciso do verdadeiro impacto da Covid-19 do que óbitos oficiais. Desde o início da pandemia, as mortes oficiais por Covid na África do Sul somam cerca de 90 mil, um terço do total do excesso de mortes.
“Estamos muito surpresos”, disse, acrescentando que infecções Covid e vacinações anteriores podem ter proporcionado certa proteção enquanto os casos aumentam. “Mesmo que esta cepa seja menos virulenta, ainda trará morte e sofrimento para muitas pessoas.”