A empresa Prevent Senior solicitou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no dia 18 de novembro, a suspensão da comercialização de 27 dos seus planos de saúde.
“Vamos focar os esforços em atender os nossos 550 mil beneficiários porque fomos vítimas do sistema político”, afirmou, em nota, o empresário e CEO da Prevent Senior, Fernando Parrillo.
De acordo com a ANS, a interrupção de vendas só será autorizada 30 dias após a solicitação. A agência reguladora explicou que, até 18 de dezembro, a Prevent Senior não poderá recusar o ingresso de nenhum consumidor.
“Se, em 18 de dezembro, houver operadoras em processo de portabilidade especial ou extraordinária de carências, e a Prevent Senior for a opção de destino para os beneficiários dessas operadoras, a suspensão dos planos não será autorizada até que os prazos das referidas portabilidades sejam concluídos”, complementou a ANS.
Em nota, a Prevent Senior destacou que só manterá a venda de seu plano Premium, “válido para todo o Brasil com valor médio de até R$ 1.828”.
“Se tivermos uma nova onda da pandemia, este crescimento seria maior”, afirmou o CEO da empresa ao destacar que, em 2022, “a Prevent aumentaria a carteira em 20%”.
Já a ANS pontuou que, quando autorizada a suspensão dos 27 planos conforme pedido pela operadora, a Prevent Senior continuará com 5 planos de saúde ativos nos municípios e estados em que atua.
“Três [planos] de contratação individual e dois de contratação coletiva empresarial. Importante ressaltar que o atendimento aos atuais beneficiários da operadora deverá ser garantido e oferecido normalmente”, conclui a nota da agência.
O Ministério Público instaurou uma força-tarefa para investigar a atuação da Prevent Senior durante a pandemia, e a aplicação de medicamentos do chamado “Kit Covid”, comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.
Em depoimentos dados à polícia, no dia 23 de novembro, em São Paulo, os diretores da empresa, Roberto Sá e Cleber Rocha, negaram que a operadora tenha cometido irregularidades no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
Os diretores foram ouvidos por duas no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Centro de São Paulo, como testemunhas.
A Câmara Municipal de São Paulo também instalou, no dia 10 de outubro, uma investigação sobre a atuação da empresa na capital paulista no enfrentamento da pandemia.
Uma das suspeitas da “CPI da Prevent Senior” é de que, para diminuir a quantidade de registros da pandemia, a operadora teria agido para que pacientes com Covid-19 não tivessem a doença anotada em seus prontuários. Nos casos de morte, a informação também não constaria nos atestados de óbito.
No último dia 18 de novembro, a Comissão ouviu médicos que atuam ou atuaram na Prevent. Carla Morales Godoy Guerra, que não está mais na empresa, disse que havia uma orientação do grupo para prescrever o uso generalizado de hidroxicloroquina para tratar pacientes com Covid-19.