A Pfizer e a BioNTech assinaram um novo acordo com o governo brasileiro para o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina Comirnaty contra a covid-19 em 2022. Esse é o terceiro contrato com do governo com o laboratório americano para compra de vacinas contra covid. A previsão é que as novas doses sejam entregues por meio de uma programação mensal a partir de janeiro de 2022.
A aquisição foi anunciada dias depois de o governo ter dito que aplicará um reforço em toda a população adulta no próximo ano.
O novo contrato prevê a entrega das versões mais atualizadas do imunizante. A disseminação acelerada da variante ômicron, identificada pela primeira vez na África do Sul, acendeu novamente um alerta mundial sobre um possível recrudescimento da pandemia, levando vários países a retomar políticas de restrição de circulação e as farmacêuticas a trabalhar em vacinas específicas para a nova cepa.
A Pfizer e sua parceira disseram que podem ter uma nova versão pronta em cem dias, se necessário. Ainda não se sabe se as atuais vacinas são ineficazes contra a ômicron.
A secretária especial da Covid-19, Rosana Leite, disse ao Valor que esse instrumento garante o fornecimento de vacinas adaptadas às variantes do novo coronavírus que forem surgindo.
Europeus já fizeram uma exigência nos mesmos termos às farmacêuticas. A União Europeia incluiu nos contratos já feitos com laboratórios uma cláusula estabelecendo que as vacinas anticovid precisam ser “adaptadas imediatamente’’ a novas variantes que surgirem. “A Europa tomou suas preocauções’’, afirmou ontem Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, sobre a cláusula que na prática garante para os europeus a vacina mais adaptada que aparecer contra novas variantes do coronavírus.
No caso do Brasil, o acordo com a Pfizer e a BioNTech também estabelece que o governo tem a opção de aumentar o número de doses previstas para serem entregues ao país em 2022 em até 50 milhões, elevando o total para 150 milhões de doses no ano que vem.
A Pfizer entregou, até o momento, cerca de 160 milhões de doses da vacina Comirnaty ao Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Até o fim do ano, a previsão é que complete o fornecimento de 200 milhões compradas por meio de dois contratos de suprimento estabelecidos anteriormente, em março e maio deste ano.
De acordo com o ministério, a expectativa é disponibilizar cerca de 354 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 ao longo de 2022. Além dos 100 milhões de doses da Pfizer, estão incluídas 120 milhões de doses da AstraZeneca, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), das quais 60 milhões com IFA nacional; e 134 milhões de doses de contratos firmados em 2021 e que ficarão de saldo para o próximo ano.
Conforme dados do ministério, em 2021 o governo adquiriu mais de 550 milhões de doses de vacinas de diferentes laboratórios, das quais 372 milhões foram entregues aos Estados e ao Distrito Federal e mais de 300 milhões, aplicadas. Segundo números do consórcio de imprensa, cerca de 75% da população já foi vacinada com a primeira dose das vacinas e 63% estão com a vacinação completa (segunda dose ou dose única).
Com o avanço da imunização, informa o ministério, em novembro, houve queda de 92% na média móvel de mortes por covid-19, na comparação com o pico da pandemia. A média móvel de casos também continua em queda, registrando 87,6% menos casos desde o pico. Em novembro, a pasta ampliou a aplicação das chamadas doses de reforço para toda a população acima de 18 anos que já tenha completado o ciclo vacinal há pelo menos cinco meses. (Colaborou Assis Moreira, de Genebra, e Agência Brasil)