Ajustar o foco para crescer. Como? Criando três unidades de negócios, onde não havia divisão e tudo era trabalhado de maneira misturada. Esta foi a estratégia global da norte-americana Intersystems anunciada nesta segunda-feira (25/08).
O processo, iniciado em janeiro deste ano nos EUA, agora chega até o Brasil. Serão duas áreas voltadas especificamente para a Saúde, setor que representa aproximadamente 2/3 do faturamento da companhia, que chegou a US$ 463 milhões no ano passado. Uma unidade será voltada para a plataforma de interoperabilidade, conhecida no mercado como Healthshare, e a outra com foco em tecnologia avançada de dados e prontuário eletrônico do paciente (PEP). A terceira, batizada de Advanced Tech, vai abranger outros mercados e será direcionado à integração de banco de dados e infraestrutura de plataforma.
“Antes, tudo era mesclado, desde o desenvolvimento de produtos, marketing e operação de vendas. Agora as equipes vão ser distintas de acordo com as áreas [unidades de negócios]”, explicou o CEO da InterSystems na América Latina, Carlos Eduardo Nogueira.
Apesar das demissões que a companhia realizou no Brasil no final de 2013, impulsionadas pela morosidade no andamento dos projetos públicos e seus respectivos desafios legais, esta reestruturação prevê o aumento em 50% da equipe local - hoje com 60 pessoas -, até 2017; assim como R$ 20 milhões em investimentos para a América Latina.
A decisão, segundo Nogueira, leva em conta o aumento de oportunidades no mercado de TI em Saúde. “Precisamos colocar mais foco para explorar as oportunidades que estão aparecendo”, comenta o CEO.
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Os dois grandes projetos de informatização da saúde do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul são exemplos da relevância da Intersystems na esfera pública, mas as dificuldades de operar negócios desse porte e neste mercado ainda persistem. Dessa forma, a companhia norte-americana tem demonstrado maior interesse no mercado privado.
A Unimed Ceará é um dos exemplos em andamento. A operadora utiliza a tecnologia Intersystems para a gestão de sua rede e, assim, angariar informações para realizar um trabalho preventivo e de gestão de crônicos.
“O setor começa a dar valor para a criação de repositórios de informações clínicas, sendo esta a única forma de mudar a gestão”, ressalta o executivo.
O nicho de laboratórios é outro exemplo de instituições privadas que buscam soluções de interoperabilidade. São clientes da Intersystems o Fleury, Dasa e Hermes Pardini.
Com a reestruturação, a empresa pretende crescer na América Latina 25% ao ano e dobrar receita em três anos.